segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Paraíba tem quase 60 mil crianças e adolescentes 'casados', diz IBGE


04/11/2012 10h45 - Atualizado em 04/11/2012 12h27


Entre eles há 2.684 que têm entre 10 e 14 anos.
Para especialistas, dados são preocupantes.

Nathielle FerreiraDo G1 PB Na Paraíba, 58.742 habitantes se casaram ou passaram a morar juntos antes dos 18 anos. O dado foi divulgado pelo IBGE e é referente à consulta feita em 2010. Desses, 2.684 têm entre 10 e 14 anos de idade. Há ainda neste número 386 casados oficialmente e 26 que já se separaram ou se divorciaram judicialmente.















Os dados de Nupcialidade e Fecundidade do Censo 2010, para especialistas, são preocupantes. Para eles, essas uniões são consideradas imaturas e podem causar danos à formação intelectual, moral e psicológica das crianças e adolescentes envolvidos.
Segundo o pediatra e psiquiatra Hermano Falcone, a infância e a adolescência exigem etapas que precisam ser cumpridas, sob o risco de ocasionarem sérios danos à formação das pessoas.
“O casamento na adolescência traz à tona a questão da sexualidade precoce. É uma queima de etapas, que pode levar os indivíduos a assumir responsabilidades, sem terem nenhuma estrutura física ou emocional para isso”, disse Falcone.
O médico explica que a adolescência é a fase das incertezas e inseguranças. É o período em que as pessoas estão descobrindo a si mesmas e precisam da orientação da família. “Acelerar o processo e fazer uma criança ou adolescente a ter uma vida conjugal é precipitado demais e chega a ser um absurdo”, observa.
Acelerar o processo e fazer uma criança ou adolescente a ter uma vida conjugal é precipitado demais e chega a ser um absurdo"
Hermano Falcone - psiquiatra
Há mais de 20 anos, o psiquiatra presta assistência a adolescentes com distúrbios mentais e observou que as relações conjugais envolvendo essa faixa etária estão mais evidentes nos dias atuais. “O casamento ou a união consensual são vistas como uma fuga dos problemas vividos na casa dos pais, por muitos adolescentes. Falta orientação”, analisou.
A ginecologista e sexóloga Wanicleide Leite, destaca que a sociedade não pode aceitar essas relações conjugais, porque as crianças e adolescentes não possuem discernimento entre vida conjugal e sexual. “O corpo da criança ainda está em formação e não pode ser submetido a uma vida precoce de sexualidade e responsabilidade da vida a dois”, afirmou.
Já a promotora da Infância e da Juventude Soraya Escorel, lembra que a Lei 12.015/2009 criou no Código Penal a figura do ‘estupro de vulnerável’, que transforma em crime qualquer ato de cunho sexual com menores de 14 anos. Ela explica que, para a lei, mesmo sem violência, as vítimas são consideradas, pela idade, vulneráveis.
Para a Justiça, a vítima vulnerável pode ter capacidade de entender o que está fazendo, mas, mesmo sabendo, não importa. É crime praticar relação sexual com uma pessoa menor de 14 anos. “Certo é que a lei não pode ser interpretada ao pé da letra, mas, ao interpretá-la, é preciso buscar os verdadeiros interesses sociais”, destaca.

domingo, 4 de novembro de 2012

Secretaria da Mulher de Rio Preto faz seminário sobre violência


04/11/2012 10h34 - Atualizado em 04/11/2012 10h34


Evento é gratuito e falará sobre o enfrentamento da violência contra mulher.
Seminário contará com mestre e psicóloga Maria Tereza Álvares, de Cuba.


A Secretaria Municipal dos Direitos e Políticas para Mulheres, Pessoa com Deficiência, Raça e Etnia de São José do Rio Preto (SP) promove a partir desta segunda-feira (5) um seminário com o tema Enfrentamento da Violência Contra a Mulher.
Os seminários têm o objetivo de programar melhorias na rede de serviços em Rio Preto e na região e formular políticas para combater a violência contra a mulher. O evento contará com participação de pessoas ligadas ao assunto como a professora Maria Teresa Díaz Álvarez, da Universidade de Havana, de Cuba. Ela é psicóloga e mestre em sexologia.
Serão realizados palestras e debates reflexivos, sobre a mulher em situação de violência de gênero e as políticas nacionais de enfrentamento a essa importante questão de violação dos direitos humanos. O evento é gratuito e a inscrição pode ser feita pelo telefone da Secretaria Municipal dos Direitos e Políticas para Mulheres, o (17) 3222-2041.

Is 'female Viagra' coming soon?


  • FEMALE VIAGRA
  • NOVEMBER 2, 2012
  • BY: TOM ROSE


  • "Female Viagra" which goes by the trademark "Tefina" will be tested soon on women in Canada and Australia, according to a medical report released earlier this week.
    The clinical trial may pave the way in the US for a long awaited counterpart to the phenomenally successful sexual performance drug (male Viagra?) prescribed to men for the last 14 years.
    The medication is not an exact opposite of the male sexual enhancement stimulant. Tefina, instead of increasing female hormones, boosts testosterone, in this case with a gel, absorbed through a nasal applicator, rather than just popping a "little blue pill" as men do.
    But, according to an article published on theGlamour sex and love blog on Thursday, this new drug will not cause side effects in women, like a booming voice or increased body hair.
    The medication treats female sexual dysfunction, known as anorgasmia (the inability to achieve orgasm) and, according to Monday's Medical Daily, women have already begun trials in the United States.
    Successful results could mean American women may be one step closer to the same kind of treatment for lowered libido which men have flocked to, and had great success with, since Viagra became available on the US market in 1998.
    Could this just be a gimmick thought up by the drug companies salivating over the untapped half of the patient pool?
    Not according to Dr. Fiona Jane of Melbourne's Monash University in Australia.
    "A lot of people have thought that drumming up the idea of a female 'Viagra' is just for pharmaceutical companies" she told New Zealand's One News. "In fact, there is a huge need for women to have their sexual dysfunction addressed."
    If this new drug is half as successful as Viagra has been, women may soon be able to enjoy sex more, a state of mind and body thought to be a key factor leading to an increased sense of well-being.
    It's interesting that Tefina is administered nasally. Perhaps by the time the drug hits the American market it will be sold in a more familiar form.
    Is the world about to enter the age of the little pink pill?
    What do you think? Will American women try Tefina, if it goes to the market? How will men react to a "female Viagra"?

    Expertos en sexualidad y especialistas en sexología se reúnen durante tres días en Medellín Colombia, en el Congreso Latinoamericano de Sexología y Educación Sexual


    Por Anna Karina Rosales y Sergio Acosta
    Unos 600 profesionales procedentes de aproximadamente 30 países comparten los últimos avances científicos en materia de reproducción sexual, así como experiencias en el campo psicosocial de las relaciones.
    Esta décimo sexta edición del congreso que tiene lugar en la Plaza Mayor de Medellín, se desarrolla con una visión cultural y artística que tiene como tema la 'Sexualidad: Ciencia y Arte del Nuevo Milenio'.
    Comunicadores protagonistas
    En el espacio dedicado al tema de la Comunicación y la Sexualidad de este congreso, Radio Nederland presenta la plataforma virtual 'Hablemos de Amor'. Ante 300 invitados entre sexólogos, psicólogos, sociólogos y médicos, RN comparte su propuesta de acercar el tema de la información en sexualidad a los jóvenes con un lenguaje directo y franco y sin tabúes. "Nosotros los de Hablemos de amor no somos expertos en sexualidad ni pretendemos serlo. Como comunicadores sí que podemos ofrecer a nuestros usuarios un puente, en este caso, una plataforma en internet que les permita hablar sin tapujos sobre temas de los que no muchos se atreven a hablar así no más", reza en el mensaje llevado a Medellín. Se trata de una invitación a los profesionales de este tema a participar de la plataforma con el fin de acercar sus mensajes a los protagonistas de sus investigaciones.

    Diversos expositores

    En un encuentro informal con representantes de otras instituciones presentes en el congreso, los colegas deHablemos de Amor tuvieron la oportunidad de conversar, entre otros, con sus ‘vecinas’ de exhibición en la Sala de Exposiciones de la Plaza Mayor, las representantes de Profamilia Colombia, la sexóloga Marta Judith Lopera y la visitadora médica de la misma organización Mónica Arango Rondón.
    “Profamilia no viene a vender solamente sus productos y métodos anticonceptivos; lo que hace Profamilia es mucho más”, sostiene la doctora Lopera. Explica que su organización cuenta con mucha información sobre productos aprobados por instituciones de salud y que pueden ser utilizados tanto por quienes están dedicados a la salud reproductiva, como por quienes se encuentran en la búsqueda de una vida sexual plena.
    "Tenemos desde píldoras anticonceptivas, dispositivos intrauterinos e inyecciones hasta condones y preservativos, comenta Rondón quien no descarta en un futuro próximo ampliar el mercado de los condones femeninos, aún muy costosos en la región latinoamericana".
    El XVI Congreso Latinoamericano de Sexología y Educación Sexual CLASES, se celebra hasta el sábado 13 de octubre.

    Women deserve more treatment options for sexual dysfunction



    By Professor Susan Davis - Our understanding of female sexuality is constantly evolving, as we learn more about the way in which the body works.
    Professor Susan Davis
    Professor Susan Davis
    Masters and Johnson first proposed a model of sexual function for both men and women in the 1960s. By the mid-1970s, Kaplan modified the model proposed by Masters and Johnson and characterised the female sexual response cycle as a three phase model composed of “desire”, “arousal” and “orgasm”.

    Most women with a partner engage in sexual activity, however many who do so do not experience orgasm with sexual activity. ‘Anorgasmia’ – or inability to reach orgasm – is in fact the second most reported sexual problem by women (behind low sexual desire). There is presently no therapy for the condition other than sexual counselling.

    It has been reported that about 30 per cent of women cannot achieve orgasm during intercourse. For many women, inability to experience orgasm translates into sexual activity becoming a chore or a duty instead of a shared positive experience.

    There are many factors that may contribute to anorgasmia. It may arise from emotional factors, such as relationship issues or past sexual abuse, biological factors including medical problems or side effects of medications, or a combination of these. It may be limited to certain situations or may be an ongoing problem.

    Biological factors, including brain chemicals, are integral parts of sexual function and a balance between excitatory brain activity and inhibitory brain activity may be necessary for a healthy sexual response. Sex hormones (oestrogens, androgens and progesterone) all influence a woman’s motivation for or against sexual activity. The role of the androgen testosterone is best understood; it plays a crucial role in sexual desire, arousal and receptivity towards sexual stimulation, and possibly orgasm.

    Low androgen testosterone levels may contribute to the development of anorgasmia in women who have previously frequently experienced orgasm. Studies of testosterone therapy for the treatment of low sexual desire in women have indicated that testosterone, taken in a dose appropriate for women, may result in increased ability to reach orgasm. This is because testosterone therapy not only improves sexual desire through central actions in the brain, but also results in increased vaginal blood flow, which is critical for the experience of orgasm.

    Thus there is biological justification for exploring the use of testosterone to facilitate orgasm in women. This will be first studied in premenopausal women who have previously been able to experience orgasm, but who have become unable to do so for at least six months, and who are in a stable sexual relationship. The approach to using testosterone for this purpose is novel.

    The study, evaluating testosterone for anorgasmia, women will self-administer a dose of testosterone gel or placebo gel, as a tiny droplet, into their nasal passage a couple of hours before they think they might have a sexual encounter. The testosterone will be rapidly absorbed through the nasal lining, resulting in a sudden rise in levels in the circulation. We, and others, have previously shown this to be associated with blood vessel dilation and an associated increase in genital blood flow. Orgasm is potentially facilitated by a combination of central brain effects of testosterone and genital blood flow effects.

    Anorgasmia is a frustrating condition for women who have previously enjoyed a satisfying sexual relationship. We have previously shown that women who experience dissatisfying sexual relationships have lower wellbeing in comparison to women who are satisfied with their sexual life. Furthermore, sexual satisfaction in a relationship is a significant determinant of overall relationship satisfaction. For these reasons, among others, this research is a major step forward for the many women who suffer from the condition.

    Professor Susan Davis is a leading women’s health researcher and Chair of Women’s Health in Monash University's Department of Medicine at the Alfred Hospital. 
    http://www.healthcanal.com/female-reproductive/33374-Women-deserve-more-treatment-options-for-sexual-dysfunction.html

    DÁ PARA TIRAR BOM PROVEITO DO SEXO CASUAL?


    Sex, 02/11/2012 - 05h00 -

    Os prós do sexo casual
    Foto: Edvard March/Corbis

    Ir para a cama sem ter o comprometimento de ligar para o rapaz no dia seguinte ou cultivar um relacionamento duradouro. O sexo casual tem sido a tática de muitas mulheres que ainda não acharam o cara ideal, mas que não estão dispostas a esperar por ele para colocar em prática sua sexualidade, seus desejos.
    Publicidade
    Para a terapeuta comportamental Ramy Arany investe nessa, digamos, atividade, as mulheres que já tiveram relacionamentos que marcaram e não deram certo, não querem compromisso sério, focam mais na carreira profissional, sentem medo de se comprometer ou que priorizam a liberdade de viverem sozinhas.
    Já o diretor do Instituto Paulista de Sexualidade e psicoterapeuta sexual, Oswaldo Martins Rodrigues Jr. divide as adeptas do sexo casual em três tipos: as impulsivas (fazem o que têm vontade e correm riscos de gravidez indesejada), as que gostam de sexo (escolhem seu parceiros e tomam cuidados necessários de saúde e proteção) e as que querem casar e buscam alguém que se interesse por elas (não escolhem parceiros e querem engravidar achando que o rapaz, muda de atitude ao saber que será pai).
    Há quem reprove esta forma de prazer, mas a verdade é que só está pronta para viver algo do tipo quem sabe separar muito bem o sexo do amor. "Estas mulheres têm segurança do que buscam: sexo pelo sexo. Sabem que não precisam estar apaixonadas ou em relacionamento estável para obterem prazer sexual", complementa Dr. Oswaldo.
    Como benefícios, os dois especialistas defendem que a prática pode se tornar uma injeção deautoestima, uma vez que a mulher se sente desejada. "Penso também que o sexo casual melhora a autoimagem (a pessoa se sente bonita, atraente, sensual) e minimiza certos bloqueios e medos provenientes de relacionamentos anteriores", diz Ramy.
    A ideia de que o sexo casual permite que a mulher se sinta livre para experimentar o novo é questionada pelo Dr. Oswaldo. Segundo ele, a relação vai seguir os padrões que a mulher definir como bons e prazerosos. "Ela deverá buscar parceiros que demonstrem padrões iguais", defende. Tanto é que isso pode até mesmo influenciar na hora de escolher o parceiro: "Amigos facilitam que as coisas estejam sob controle!", completa o psicoterapeuta.
    Na hora de enumerar os cuidados ao praticar o sexo casual, Dr. Oswaldo foca no autocuidado: "Use sempre camisinha e saiba reconhecer situações de perigo. Locais seguros são motéis e hotéis, onde sempre alguém vê o casal entrar". Ramy completa apontando os perfis de mulheres que podem sofrer após o ato descompromissado. "As muito românticas, que se envolvem emocionamente e que gostam de cuidar do companheiro de relação são as mais suscetíveis."
    Por Juliana Falcão (MBPress)

    Quem trai uma vez trai duas? Especialistas explicam se o infiel é incorrigível


    Andrezza Czech


    Do UOL, em São Paulo
    Há dois tipos de perfis de homens infiéis, segundo pesquisas da antropóloga Mirian Goldenberg
    Há dois tipos de perfis de homens infiéis, segundo pesquisas da antropóloga Mirian Goldenberg

    Uma vez infiel, sempre infiel? Depende. Trair pode estar relacionado à infelicidade no relacionamento, a uma característica da personalidade, um momento de descontrole emocional e muitas outras razões. Portanto, não é possível afirmar se uma pessoa que foi infiel uma vez repetirá seu comportamento, mas dá para imaginar ao analisar a situação. 

    O terapeuta, escritor e especialista em relacionamentos Sergio Savian acredita que, se alguém começa a trair, dificilmente vai parar. Para ele, é natural o desejo de se envolver com outra pessoa, e ele só não é extravasado se há alguma influência externa. "Nossa sexualidade funciona a base de hormônios. A fidelidade, muitas vezes, tem de vir com cabresto, por isso as pessoas que menos traem são as religiosas. O ser humano, no seu jeito natural, trai".

    Para a psicóloga Miriam Barros, especialista em terapia familiar e psicodrama, é possível que um deslize se transforme em hábito. “Se a infidelidade não tiver consequências, a pessoa fará a segunda vez", diz.

    Realizada em 2008, a pesquisa Mosaico Brasil, coordenada pela médica psiquiatra Carmita Abdo, fundadora e coordenadora do ProSex (Programa de Estudos em Sexualidade) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, contou com 8.200 participantes e revelou que a traição ainda ocorre mais entre os homens.
    Os dados mostram que, entre 18 e 25 anos, cerca de 65% dos homens dizem que já traíram; na faixa dos 40 a 50 anos, esse número passa dos 70%; já dos homens entre 60 e 70 anos, cerca de 75% afirmam já terem sido infiéis. Entre as mulheres, é possível notar que a infidelidade é mais frequente entre as jovens: na faixa dos 18 aos 25, 48% admitem que já traíram, enquanto apenas pouco mais de 20% das mulheres entre 60 e 70 anos assumem o mesmo.
    “Isso revela que a traição é um padrão masculino instituído no Brasil. Essa prática se inicia desde muito cedo com os homens e vai se repetindo ao longo da vida, já que todas as gerações pesquisadas apresentam índices muito semelhantes”, diz Carmita. Segundo ela, os números sugerem que apenas 30% dos homens brasileiros em qualquer faixa etária se mantêm fiéis, enquanto estima-se que 70% teria uma prática usual de relacionamento extraconjugal em qualquer idade.

    Diferentes perfis

    Nos últimos 20 anos, a antropóloga Mirian Goldenberg realizou pesquisas com cerca de quatro mil pessoas no Brasil. O resultado do estudo deu origem a livros como "A Outra", "Infiel: Notas de uma Antropóloga" e “Tudo o Que Você Não Queria Saber sobre Sexo” (Ed. Record), que mostram que há uma diferença entre infidelidade feminina e masculina.
    Segundo Mirian, um número pequeno de homens se define polígamo por natureza. São aqueles que traem dezenas de vezes, sem um motivo específico. Traem por acreditar que esse comportamento faz parte da essência masculina. O perfil do infiel crônico, segundo ela, é marcado por homens que separam sexo de amor e não sentem culpa.

    Para Mirian, a maioria dos homens que trai age assim porque vive algum conflito pessoal ou no casamento. E muitos dizem não trair por preguiça, alegando que uma mulher já dá trabalho o suficiente. "É o cara que não quer trair, ele quer ter outra companheira ou está prestes a se separar. Esse é o tipo que não trairá novamente, a menos que viva outra crise".
    Segundo a psicoterapeuta e orientadora sexual Maria Cristina Romualdo Galati, responsável pelo atendimento psicológico do serviço de disfunções sexuais masculinas do Hospital São Paulo – Unifesp, essa terceira pessoa é uma possibilidade de tomar coragem para sair daquilo que não está bom.
    Enquanto há dois perfis de homens que traem, a mulher infiel é uma só, segundo as pesquisas de Mirian: aquela que sofre muito e não quer repetir o drama. A antropóloga explica que as mulheres, no geral, não desejam se dividir entre dois parceiros, mas ter uma única pessoa ao seu lado e depositar nela suas expectativas. Segundo ela, as mulheres tendem a culpar o homem pela traição: por sentirem falta de atenção ou porque o casamento estava ruim. “A mulher nunca assume que traiu porque teve tesão e pronto".
    Carmita observa em suas pesquisas que a tendência de manter dois parceiros concomitantes não é tão feminina quanto masculina. "A intenção da mulher ao trair tende a ser buscar um relacionamento mais satisfatório, e isso tende a não se repetir com frequência", diz.

    Os homens, por outro lado, costumam buscar conhecer outras mulheres, mas não outras parceiras. "Como não há envolvimento afetivo, muitos invalidam o conceito de traição. Já a mulher raramente vai buscar outro parceiro apenas para ter relações sexuais”, diz Carmita. Segundo ela, 43% das mulheres dizem que fariam sexo sem envolvimento, enquanto 75% respondem sim à mesma pergunta.

    É possível “corrigir” um infiel?

    Para a psicanalista Dora Tognolli, da SBP-SP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo), há uma fantasia de regeneração do outro, que raramente dá certo. "Alguns perfis não se transformam numa relação amorosa. Superestimar o próprio poder, achando que será possível por o outro na linha, é um erro", afirma. Segundo Mirian, é comum que a mulher pense que pode "consertar" o homem, de que se ele traiu a "ex", é porque ela não era tão especial.

    "Se ele sempre acreditou que fazer sexo com outras mulheres é ser fiel à própria natureza, ele continuará a pensar assim". Se traiu a antiga parceira por estar insatisfeito com a relação, o cenário é outro: é possível, sim, que ele não venha a ser infiel com a nova paixão, se estiver satisfeito com essa nova relação. 


    http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2012/10/19/quem-trai-uma-vez-trai-duas-especialistas-explicam-se-o-infiel-e-incorrigivel.htm