terça-feira, 27 de março de 2012

Especialista aponta as top 10 (fetiches) fantasias sexuais dos brasileiros


DANIELLE BARG
As fantasias sexuais permitem que a mulher viva um personagem, enquanto o homem sente que está fazendo sexo com uma pessoa diferente. Foto: Getty Images
As fantasias sexuais permitem que a mulher viva um personagem, enquanto o homem sente que está fazendo sexo com uma pessoa diferente
Foto: Getty Images
Entre quatro paredes vale tudo, especialmente para os que são livres de preconceitos e adoram investir em novidades para movimentar a vida sexual. E a despeito das mil e uma novidades que o mercado erótico apresenta, as fantasias mais procuradas parecem não mudar muito ao longo dos anos.
À pedido do Terra, Paula Aguiar, presidente da ABEME (Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual), elencou as dez fantasias mais procuradas pelos brasileiros - aquelas que não podem faltar em uma boa sex shop.
Colegial, enfermeira e empregada doméstica lideram a lista há muitos anos, segundo observa Nivanda Dias, vendedora da Pleasure Dreams, que atua há 20 anos na área . Ela acredita que as mulheres estão cada vez mais "sem-vergonha" quando o assunto é ousar com o parceiro. "Com a correria em que vivemos, fantasiar na cama é uma necessidade, senão, a mulher acaba perdendo o desejo. O sexo não pode ser 'fast-food', tem que ser prazeroso", ressalta.
Nivanda avalia que 80% do público que consome produtos eróticos é composto por mulheres, 15% de homens e 5% de LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis). "A fantasia apimenta a relação, porque a mulher entra em um personagem e se solta mais. O homem, por sua vez, tem a sensação que está fazendo sexo com outra pessoa", observa.
Na hora de escolher a roupa mais adequada, no entanto, não basta vontade - é preciso bom senso, segundo Paula. "A mulher tem que compreender o que o companheiro gosta mas também usar coisas que valorizem o corpo dela e que tenham algo a ver com a sua personalidade, senão acaba ficando ridículo".
Clique na galeria de fotos e confira as "top 10" fantasias mais procuradas pelos brasileiros.

http://mulher.terra.com.br/noticias/0,,OI5686615-EI16612,00-Especialista+aponta+as+top+fantasias+sexuais+dos+brasileiros.html

domingo, 25 de março de 2012

O que acontece no nosso corpo quando estamos apaixonados?


Em muitos casos, um simples olhar é mais do que suficiente para a pessoa se apaixonar. Saiba o que passa no organismo de quem encontrou sua cara-metade

Publicado em 23/03/2012
Reportagem: Manoel Gomes - Edição: MdeMulher




Casal apaixonado
Saiba o que passa no organismo de quem está apaixonado
Foto: Caio Melo

O contato visual é o primeiro passo para se apaixonar. Já os feromônios, substâncias percebidas pelo olfato, indicam algumas características importantes do outro. As pessoas se sentem atraídas por odores com um quê de semelhança ao delas. Para a ciência, o cérebro é o responsável pelas diversas transformações pelas quais o nosso corpo passa quando vivenciamos esse sentimento. Ele secreta uma série de hormônios, como a dopamina, que traz a sensação de bem-estar e estimula o ânimo e a euforia.
Enlace hormonal
O sexo reforça a ligação entre os pombinhos. Durante o orgasmo, o corpo secreta a ocitocina, hormônio que estreita os laços afetivos. O casal está definitivamente unido pela força da paixão.
Emoções que cegam
Os apaixonados tendem a pensar muito na pessoa amada. Num estudo recente, após escreverem um texto sobre sua razão de viver, voluntários foram expostos a fotos de indivíduos muito bonitos e outros de aparência comum. Observou-se que os enamorados eram incapazes de prestar atenção na imagem de quem era considerado belo.
Quanto tempo dura?
A flecha do cupido tem data de validade: a paixão dura de 12 a 48 meses, tempo necessário para fortalecer a união, o casal transar, gerar e criar um bebê. Passado o momento de loucura orgânica, o corpo começa a voltar ao estado normal. Os dois se enxergam como realmente são e, se a relação é forte, surge o amor.

Transformações no corpo

· Com mais sangue nos vasos, os lábios ficam cheios e rosados. A pele do rosto também ganha tons corados.
· Um jato de adrenalina cai no sangue. O coração bate mais forte |e chega até a 150 batimentos por minuto.
· A voz da pessoa amada fica sedutora e excitante. Convertida em corrente elétrica, leva a uma sensação para lá de agradável.
· O organismo esquenta. Para abaixar a temperatura, o corpo sua. Os toques na pele ativam o sistema de recompensa. Resultado: prazer.
Fontes: Lidia Weber, psicóloga; Cibele Fabichak, médica fisiologista e autora do livro Sexo, Amor, Endorfinas e Bobagens
 

http://mdemulher.abril.com.br/amor-
sexo/reportagem/relacionamento/acontece-nosso-corpo-quando-estamos-apaixonados-680246.shtml 

Por que a relação sexual faz tão bem à saúde?


A vida sexual faz bem à saúde, aumenta a cumplicidade entre os parceiros, relaxa, alegra o dia e ainda deixa você mais bonita

Publicado em 22/03/2012
Reportagem: Tatiana Bonumá - Edição: MdeMulher
Sexo é bom, de graça, saudável e ainda ajuda a emagrecer
Foto: Karine Basilio

Se você acredita na máxima "tudo que é bom, engorda", esqueceu de uma deliciosa exceção: o ato sexual. É bom, de graça, saudável e ainda ajuda a emagrecer. Vamos começar por essa última vantagem. A perda calórica por ato sexual pode variar de 100 a 150 calorias."Isso corresponde a caminhar 20 minutos em ritmo moderado", compara a sexóloga Lúcia Pesca.
Mais importante que a perda calórica, porém, é o bem que o sexo faz. "Os batimentos cardíacos são acelerados, os órgão internos massageados, a circulação sanguínea e a linfática intensificadas. A produção de hormônios e endorfinas contribui para uma sensação de bem-estar, sendo um excelente antídoto para a depressão e a ansiedade", lista Amaury Mendes, médico e sexólogo.
Por todos esses motivos, a Organização Mundial da Saúde, desde 2000, inclui o sexo como um dos pré-requisitos para a qualidade de vida, tão importante quanto praticar exercícios e se alimentar bem.
Corpos que conversam
"A carícia sexual incentiva a produção de substâncias que, entre outros efeitos, promovem sentimentos de afeição e de proteção em relação ao parceiro", explica Lúcia Pesca. No dia a dia, isso pode representar uma atitude mais generosa, menos defensiva e mais cúmplice com o outro. O casal se torna mais unido, baixa a guarda e passa a associar o parceiro a momentos de alegria e êxtase. Além disso, o sexo pode ser um fator descomplicante" na vida a dois, reduzindo a quantidade de sessões D.R. (discussão da relação), tão temidas e rejeitadas pelos homens.
Sozinha, com prazer
Proporcionar-se satisfação sexual é um importante meio de melhorar a autoestima e a intimidade com o próprio corpo. "A masturbação é fazer amor consigo mesma, é cuidar-se e investigar os seus caminhos para adquirir prazer", afirma a sexóloga Lúcia Pesca. Sem estímulo para ir sozinha? Então prepare um momento para você. Uma taça de vinho, um filme ou um livro erótico podem acompanhá-la. Mas os especialistas garantem que o que funciona mesmo é a mulher colocar a imaginação para funcionar. Confie no corpo: assim que você começar sua historinha, ele vai procurar o prazer instintivamente. O importante é deixar o julgamento, os preconceitos e qualquer vergonha de lado. Nesse script, é você quem manda. Deixe-se guiar livremente!


O tamanho do pênis influencia no prazer?


O que fazer quando o pênis do seu amado está abaixo da média

Publicado em 21/03/2012
Giulia Gazetta
As lojas de produtos eróticos também têm soluções para turbinar o tamanho do pênis do seu parceiro
Foto: Getty Images
"O pênis do meu parceiro é pequeno!" Antes de cravar essa conclusão com ar de lamentação, você precisa saber: em média, o pênis de cerca de 90% dos brasileiros tem 14 cm. "É considerado pequeno o membro com menos de 10 cm; grande, aqueles com tamanho acima de 17 cm", diz o urologista Celso Marzano.
"No entanto, uma transa inesquecível pode acontecer independentemente do tamanho", avisa a especialista em sexologia Sandra Baptista. Isso porque a sensibilidade da vagina está nos primeiros 3 cm da penetração. Mas se você estiver realmente diante de um homem tamanho PP e quer garantir seu prazer - e o dele! -, lance mão de preliminares caprichadas, posições específicas e até - acredite se quiser - brinquedinhos com poder de transformar o júnior dele num gigante!
Dedos, boca, língua...
Se o tamanho do pênis deixar a desejar na hora da penetração, só vá aos finalmente com o bonitão depois de preliminares capazes de fazê-la subir bem alto pelas paredes. Então, peça ao gato para trabalhar bem a língua no sexo oral, usar os dedos para masturbá-la com frequências alternadas e beijá-la o tempo todo e de forma quente. Quando perceber que está em ponto de bala, avise que está pronta para ser penetrada.
É só encaixar direito
Escolha qualquer posição em que você fique por cima. Assim, conseguirá descobrir o encaixe perfeito para se satisfazer. Outra dica: deitada, de barriga para o alto, coloque uma almofada sob o seu bumbum. Desse modo, seu quadril ficará mais elevado e facilitará a entrada do pênis na vagina. Mas nada de abrir muito as pernocas, OK? Se você conseguir mantê-las mais fechadas, fará com que a musculatura vaginal não fique tão dilatada. O resultado? Orgasmo garantido!
Brinquedinho amigo
As lojas de produtos eróticos também têm soluções para turbinar o tamanho do amiguinho: capas penianas. "O produto é um extensor peniano texturizado, que massageia a vagina e aumenta o tesão da mulher", garante a sensual coach Fátima Moura. De silicone, basta colocá-lo no pênis já com a camisinha e se divertir. Após o uso, lave o produto com água e sabão. No entanto, é preciso ter cuidado com possíveis reações alérgicas, embora, segundo o fabricante, seja feito de silicone atóxico.
Foto: Divulgação

1. O clone - com 12,5 cm, a capa peniana ultrafina tem versão fluorescente. Da Adão e Eva, R$ 35*
2. Mais tesão - a capa peniana extensora tem 13 cm e vem com textura que prometem prazer. DaSexy Fantasy. R$39*

* Preços pesquisados em março de 2012


Província argentina produzirá "Viagra" para ser distribuído gratuitamente


22 de março de 2012  14h29

O governo da província argentina de Santa Fé informou nesta quinta-feira que produzirá comprimidos de Sildenafil, medicamento mais conhecido como "Viagra", para distribuí-los gratuitamente a homens com problemas de ereção.
A droga será fabricada no Laboratório Industrial Farmacêutico (estatal) e distribuída "sob estrita receita médica" em hospitais públicos de Santa Fé, afirmou Miguel Cappiello, ministro da Saúde provincial.
Cappiello ainda explicou que o laboratório estatal vai elaborar comprimidos para adultos que sofrem de disfunção erétil e também um xarope para tratar crianças com hipertensão pulmonar.
O ministro também fez questão de ressaltar que a distribuição do Sildenafil "será gratuita e sob prescrição médica obrigatória", e que "outras províncias" argentinas estão interessadas em comprar os comprimidos de Santa Fé para estimular uma política similar.

A crise chegou ao sexo


Por Bárbara Cruz e Margarida Vaqueiro Lopes

Contas para pagar, desemprego, falta de clientes, filhos a pedir brinquedos... A crise instalou-se nos lares portugueses e chegou ao quarto - e à cama. Falámos com casais, consultámos sexólogos, terapeutas e médicos e tentámos traçar o diagnóstico: afinal, como é que a austeridade está a afetar a nossa vida sexual? E como é que estamos a lidar com isso?
Quando decidiu pedir alteração do horário, a enfermeira Sandra queria mais tempo para investir na relação com o namorado. Cansada de sair sempre às 23h00 do centro de saúde madeirense onde trabalha, farta de não ter vida social e de perder sucessivamente concertos e peças de teatro, colocou a vida pessoal acima das exigências profissionais e aceitou perder quase duzentos euros no fim do mês - garantidos pelas horas de trabalho noturno - para ter tempo para Pedro, professor do ensino primário, que entra às nove e sai às seis. Arrependeu-se. O corte nos subsídios, o aumento da taxa de IRS e a prestação do carro baralharam-lhe as contas do final do mês.
Passou a sair mais cedo mas está longe de andar feliz. E o objetivo não foi alcançado: planeia cada vez menos programas a dois e o desaire financeiro fá-la ter cada vez menos vontade de se entregar à intimidade com o namorado. Rondam ambos os 30 anos, são funcionários públicos, não correm o risco de perder os empregos repentinamente e têm a vida pela frente. Mas pensar no futuro tornou-se doloroso. Sobretudo quando o presente não facilita a vida a dois. Pedro tem a matemática em dia e os cálculos feitos: sem subsídios de férias e de Natal, este ano vai perder cerca de quatro mil euros, úteis para pagar o mestrado em que se tinha inscrito e de que entretanto já desistiu. A relação tem quase dois anos, mas tem ultrapassado obstáculos e provações. Resistirá também à crise? «Sem dúvida», diz ele. «Agora damos mais valor ao tempo que passamos juntos.»
No entanto, o sexo é mesmo menos frequente. «A Sandra levanta-se às oito da manhã e trabalha o dia inteiro. À meia-noite quer dormir», diz ele. Não se veem todos os dias, mas não desistiram das saídas mesmo que os programas sejam cada vez mais low cost: desde jantar no hipermercado com happy houra partir das 22h30 - «é a única hipótese de continuarmos a jantar fora» até aproveitar as promoções para comprar presentes um ao outro, tudo tem de ser orçamentado e esquematizado. Sandra deixou de viajar e Pedro, natural de Mirandela, pela primeira vez não passou o Natal com os pais e decidiu ficar na ilha. Uma avaria no carro levou-lhe o dinheiro dos bilhetes. As contrariedades da vida diária deixam-nos sem vontade para se entregarem ao prazer, um peso comum a tantos casais nacionais que, sem conseguirem fugir à crise, se deixam afetar e acabam por cortar numa das poucas atividades sem custos, que pode até diminuir níveis de stress e ajudar ao controlo da ansiedade: o sexo.
«Quando a vida funcional deixa de ser estável, obviamente vai atrapalhar a vida emocional», confirma a psicóloga e terapeuta de casais Celina Coelho de Almeida. «Quando os casais percebem que não têm dinheiro para pagar as despesas têm de cortar numa série de coisas importantes para a sua dinâmica. As pessoas podem ficar mais fechadas, mais pessimistas e, portanto, menos disponíveis para a relação. E isto provoca um choque e uma readaptação.» Ou seja: um casal com uma boa estrutura, feita de cumplicidade e intimidade, será capaz de resistir a esta turbulência, ainda que momentaneamente possa tirar menos prazer da relação. Se não houver suporte emocional de parte a parte, será difícil para a relação «aguentar estes impactes». «A crise não é motivadora da separação», diz Celina Coelho de Almeida, «mas pode ter um efeito catastrófico».
Mas nem todos os casais enfrentam a crise da mesma forma. E se, para uns, o momento económico parece ter erguido barreiras que ainda não se sabe quão intransponíveis se tornarão, para outros a ausência do stress do trabalho parece ter revitalizado a vida a dois. É esse o caso de Maria e de Francisco. Vivem em Lisboa, ela é Relações Públicas, ele piloto de aviação. Quando começaram a namorar, há dois anos e meio, Maria, 33 anos, tinha ficado desempregada há poucos dias. «O tempo foi aproveitado para o romance. Não faltaram dias de praia, jantares à luz de velas na varanda, conversas até às seis da manhã. Sentia-me de férias, não estava desesperada porque sempre juntei dinheiro e tinha noção que durante o verão era improvável arranjar trabalho. E não me enganei: aproveitei o verão todo e só encontrei emprego no outono.»
No seu caso, a atividade sexual até melhorou. «Sobretudo a frequência. Preciso de muitas horas de sono, detesto acordar cedo, e às oito da noite já me sinto estoirada, só quero jantar e ir para a cama. Ou seja, durante a semana, quando estava a trabalhar, o sexo não era inexistente, mas era raro. Às vezes parece que tínhamos de combinar quando íamos ter sexo: "No sábado, porque não há energia para mais". Eu pelo menos não aguento o cansaço.» Seis meses depois, Maria voltava ao desemprego. «Nesta época, a frequência sexual era capaz de ser maior. Mais do que o número de vezes que tínhamos sexo, a disponibilidade era outra por não me sentir cansada. Nestas épocas, era quase sempre à luz do dia, altura em que ainda não tínhamos as baterias gastas. Foi uma época ótima, porque passámos muito tempo juntos.»
Cada pessoa - e cada casal - encontra uma forma de lidar com a crise. Mas há outros fatores a interferir no estado de espírito. A sensação de projetos adiados, nomeadamente a maternidade, também pode influenciar o desmoronar da vida íntima: as mulheres têm mais dificuldade em lidar com a frustração do desejo de serem mães, ainda que neste campo o cérebro, mais do que a emoção, pareça ditar as escolhas das portuguesas. Já em tempo de crise - e muito associado ao adiamento do casamento e ao prolongamento dos estudos, que favorece uma entrada mais tardia na vida ativa - o declínio da fecundidade é a nota dominante nos estudos mais recentes sobre a situação demográfica em Portugal. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2009, a média de idades das portuguesas que tiveram o primeiro filho foi de 28,6 anos. E o nível da taxa de fecundidade entre os 35 e os 39 anos tem vindo a aproximar-se da do grupo dos 20 aos 24. Por outras palavras, os portugueses têm filhos cada vez mais tarde. E cada vez menos filhos.
Graças à contraceção, a redução do número de nascimentos pode não estar diretamente relacionada com a frequência sexual dos portugueses, mas não deixa de ser um barómetro a considerar. E se, em tempos antigos, a crise motivou um baby boom pela falta de distrações e ausência de tecnologias que hoje absorvem grande parte da nossa atenção, atualmente a situação é bem diferente: o risco calculado e o planeamento familiar impedem gravidezes que, em épocas de contenção forçada, podem ser fonte de despesas a evitar. Os únicos dados disponíveis até à data sobre 2011 referem-se aos testes de diagnóstico precoce de doenças metabólicas, o vulgar «teste do pezinho». Os números divulgados pelo INE confirmam as expetativas: apenas 97 112. Desde 1960, quando se iniciou a contabilização rigorosa de nados-vivos em Portugal, apenas dois anos tiveram menos de cem mil nascimentos: 2009 e 2011.
Ainda assim, o ideal é não desesperar e acreditar que a pirâmide etária nacional ainda tem salvação. Porque 2012 ainda tem uns quantos bebés para registar. Que o digam João e Teresa, empresários na casa dos 40, a viver em Cascais, que foram surpreendidos com mais uma gravidez. Teresa está à espera do terceiro filho do casal, numa altura em que o trabalho aumenta e a atividade sexual diminui. «Como empresários, e com um negócio e colaboradores para pagar, a dedicação é cada vez maior», diz João. «A crise tem-nos obrigado a trabalhar mais para manter os negócios em crescimento, o que não é fácil. A falta de tempo é o maior fator, mas também o cansaço. Logo, o clima de romance por vezes não é o mais propício e a atividade sexual diminui», lamenta, embora garanta que, apesar do cansaço, parte também do casal fazer um esforço adicional. «É obrigatório que o casal se reinvente, largue as crianças num fim de semana e passeie. As tarefas diárias dão cabo do estofo de qualquer um e o apetite sexual é obviamente afetado. Às vezes estamos os dois em casa, com os portáteis no colo, a trabalhar às 23h30 com os miúdos a dormir, em vez de nos deitarmos cedo, namorarmos e podermos dormir umas boas horas. O que nos safa é que temos consciência disso e combatemo-lo de uma forma positiva. Com umas aventuras esforçadas, umas saídas de fim de semana, um jantar romântico.» como o último que tiveram, que deu origem ao terceiro filho, que deverá nascer em abril.
Mas nem todos se podem dar ao luxo de ter três filhos. Ou dois, sequer. O dinheiro a menos obriga a muitas contenções de despesas. E quando os fundos faltam, dificilmente sobram recursos para consultar um especialista e iniciar a terapia de casal que pode dar uma ajuda. «Pontualmente, tenho um caso ou outro que acaba por não ter capacidade para levar até ao fim o processo terapêutico», diz Celina Coelho de Almeida. A sexóloga Marta Crawford sente o mesmo problema: «Muitos casais começam a espaçar as sessões, dizem que não têm capacidade para vir com tanta regularidade.» A preocupação sobre os problemas financeiros veio influenciar a disponibilidade para o sexo, e apesar de procurarem soluções para a quebra na intimidade, «há quem chegue e diga logo à partida que está desempregado, mas precisa imenso de vir», acrescenta Marta Crawford. «E perguntam se eu faço um desconto.»
Nem sempre a terapia acaba por salvar o casamento, porém. Possivelmente porque já não havia grande volta a dar. E a crise acaba por ser pretexto para pôr fim a uma relação que já não funcionava: as preocupações com o lado mais prosaico da vida servem muitas vezes de desculpa para o afastamento do casal. Mas, se não for esse o caso, «há sempre alternativas», diz Marta Crawford, mesmo que seja preciso inventar programas para substituir as escapadelas de fim de semana ou os jantares a dois no restaurante favorito. «Há pouco tempo um casal dizia-me: "Não temos dinheiro para viajar, para jantar fora, para ir ao cinema, estamos amorfos em casa a olhar para a televisão." É este espírito depressivo que temos de tentar combater.» Até porque o sexo pode ser terapêutico: «Durante a atividade sexual libertamos uma série de neurotransmissores que nos fazem sentir bem, que fazem que as pessoas se sintam mais próximas, logo, mais capazes de vencer os obstáculos», explica a especialista.
Isabel e Duarte, residentes em Almada, viveram alguns destes constrangimentos na pele. «Em sete anos o meu marido esteve cinco anos desempregado», diz Isabel, 45 anos. «O facto de não haver disponibilidade monetária para fazer coisas de que se gosta ou para nos cuidarmos faz que tenhamos menos vontade de socializar, seja a que nível for. Num primeiro momento, há tanta coisa que preocupa que nem nos lembramos que era bom ter vida sexual», admite. Ainda assim, Isabel acredita que é possível remar contra a maré, embora tenha noção da dificuldade de manter a libido a funcionar.
«A individualidade de cada um é muito importante porque, apesar de muito unidos, cada um tem as suas coisas e podemos partilhar o que vivemos em comum.» Ao fim de trinta anos de casamento, Isabel garante que «existem mil maneiras de reacender a paixão e colocar a libido a funcionar. Mas tem de ser a dois. «Temos um espírito aberto, mantemos as nossas amizades, saímos juntos e separados, não temos crianças, nunca dormimos separados. E além disso, gostamos de sexo...», diz a rir. «Amar não custa dinheiro, além de que podemos sempre receber muito em troca.»
O princípio faz sentido e as palavras são sábias, mas será que os dois elementos do casal pensam da mesma forma? E os homens, sentem isso de maneira diferente das mulheres? Marta Crawford acha que não. «O homem é mais pragmático na sexualidade e consegue pôr mais rapidamente os problemas de lado, mas nem sempre. As mulheres talvez sejam mais complicadas.». No entanto, segundo o sexólogo Júlio Machado Vaz, um despedimento ou despromoção normalmente faz que seja o homem o mais afetado na sua sexualidade. A razão? Os estereótipos clássicos. «Os homens, sobretudo os mais velhos, sentem a situação como uma ameaça à sua virilidade e estatuto de chefes de família. Acresce que costumam ter mais dificuldades em abrir-se sobre os seus problemas», explica o psiquiatra. «O número de queixas vem subindo e com elas os efeitos sexuais colaterais. Há pessoas que me referem, surpresas, que já não se lembram de pensar em sexo.»
A situação não se vive apenas em Portugal. Já em fevereiro de 2009 a revista brasileira Época dava conta de uma investigação realizada nos EUA, segundo a qual 62 por cento das mulheres norte-americanas apontava a crise como responsável por a vida sexual ter piorado. No ano anterior, no Canadá, 12 por cento dos inquiridos numa sondagem admitiam ter tido um casamento desfeito devido a «motivos financeiros» nos seis meses anteriores. Em Londres, uma pesquisa realizada com operadores e corretores da Bolsa de Valores mostrou que 79 por cento deles acredita que o risco de o seu casamento acabar aumenta durante períodos de recessão. E em Wall Street, o problema atingiu proporções tais que foi criado um Dating a Banker Anonymous - «Namoradas de Financeiros Anónimas», numa tradução literal. Segundo o The New York Times, o grupo pretende levar as chamadas «viúvas de Wall Street» a partilhar o abandono emocional e sexual que sentem.
Apesar de o stress ser mais frequente em pessoas que trabalham no mundo financeiro, devido ao desgaste psicológico, a verdade é que a sombra do desemprego e das reduções salariais tem sido um fator determinante nos últimos tempos, precisamente devido à ligação que muitos homens continuam a teimar fazer entre salário ganho e virilidade.
«As disfunções da libido têm muito que ver com o humor da pessoa», diz José Palma dos Reis, chefe de serviço de Urologia do Hospital Santa Maria. «Mas o conceito de "disfunção sexual" é muito lato e envolve várias situações: disfunção da libido, disfunção erétil e disfunção orgásmica.» No atual contexto de crise, em que o stress pessoal tende a atingir níveis elevados, «será de esperar uma disfunção da libido: «O stress, e sobretudo a depressão, manifestam-se por via desta disfunção.» Mas não é preciso fazer soar os alarmes. Geralmente esta disfunção e a erétil não têm de estar relacionadas - ao contrário do que muita gente pensa. Além disso, «a disfunção erétil pode ser tratada com medicamentos». Nestes casos, no entanto, Palma dos Reis considera «normal e expetável que haja um agravamento dos casos existentes, porque muitas vezes os pacientes não têm capacidade de pagar os medicamentos». Quatro comprimidos custam cerca de quarenta euros, um valor proibitivo para muita gente nos tempos que correm.
Quintino Aires é sexólogo, leva 22 anos de consultas, e não tem dúvidas: «os homens são os mais afetados por estas preocupações. Numa mudança financeira, social e económica, as mulheres começam rapidamente a utilizar a lógica. Os homens sentem-se mais perdidos». Por isso, em terapia, são sobretudo as mulheres quem relata a procura de sexo - nem sempre com o companheiro - para aliviar e esquecer as preocupações. Curiosamente, apesar da crise, no último ano e meio o sexólogo registou um aumento das consultas com queixa de natureza sexual. «Num olhar rápido, o sexo serve para dar prazer, mas não só. Serve para criar intimidade naqueles dois adultos que são diferentes. Se ela existir, então uma despromoção, uma empresa a falir, os bancos que deixam de dar crédito... tudo isso faz o casal esforçar-se e inventar alternativas. Se não, a probabilidade de a relação quebrar é muito maior», explica.
A situação de Eduardo e Rita, com 48 e 39 anos, não é muito diferente. Vivem em Bragança e ainda não pensaram na terapia, talvez por estarem mais longe dos grandes centros urbanos. Mas vivem o dia a dia com a sensação de «quem anda a contar tostões», sobretudo desde que a empresa de venda de material informático de Eduardo desceu abruptamente na faturação. «Tínhamos uma vida sexual normal», diz Rita, administrativa numa instituição de ensino, «mas agora chega-se ao fim do dia e o sexo não apetece». Eduardo, cansado das deslocações entre clientes que as vendas lhe vão exigindo, preocupado com o futuro dos colaboradores da loja, confessa-se «cada vez mais descontente», mas reconhece que é necessário deixar os problemas à porta de casa «antes que a vida familiar desmorone».
Têm dois filhos, uma rapariga de 3 e um rapaz de 9 anos, que também não ajudam a aliviar as tensões. «Todas as tardes, quando vou buscá-la à escola, a conversa é sempre a mesma: "Mãe, compras-me uma coisa?" Já lhe disse que tem de cortar a palavra "compras" do dicionário.» Juntos há cerca de 15 anos, o casal ainda não perdeu a ligação forte que os une, mas o sexo é quase forçado, «como se decidíssemos que temos de sair um bocadinho deste mundo de problemas e de crise», diz Eduardo. Antes, quando levávamos as coisas de forma mais descontraída, não era assim.»
À noite, depois de deitarem as crianças, reconhecem que lhes sobra pouco tempo para porem a conversa em dia e os poucos minutos em que se sentam no sofá servem para ver o noticiário da noite ou a primeira parte de um filme que esteja a começar. Um erro grave que a sexóloga Marta Crawford aponta todos os dias aos casais que recebe: «É preciso desligar a televisão! Primeiro, porque se poupa na conta da eletricidade, e depois porque a TV ocupa demasiado espaço na vida das pessoas. Quem adormece no sofá a fazer zapping não vai dali para a cama ter um momento de intimidade.»
Pelo menos neste quesito, João e Teresa, o casal de Cascais, parece estarem no bom caminho. «Uma vez por semana, religiosamente, vemos um filme e vamos para a cama cedo», diz João. O resto acontece naturalmente.
*Todos os nomes de casais desta reportagem são fictícios, a pedido dos próprios

Estuda aponta que 45,1% dos homens acima de 18 anos sofrem de disfunção erétil


Especialista do Hospital Villa-Lobos explica os principais fatores que acarretam o problema
 
Os números são preocupantes. Um estudo realizado pelo grupo PROSEX, da Faculdade de Medicina de São Paulo, indica que a prevalência de disfunção erétil em homens maiores acima de 18 anos é de 45,1%. Foram pesquisadas em grandes cidades, de todas as regiões brasileiras.
 
De acordo com o urologista do Hospital Villa-Lobos, Dr. Jorge Salim Rustom, os dados merecem atenção. “No Brasil existem poucas estatísticas de disfunção erétil, por ser um problema de saúde pública reconhecido pelo Governo e pela sociedade há poucas décadas, e o alto índice sugere que os homens precisam de mais informação”, explica.
 
O problema normalmente surge acompanhado de diversos fatores, e os homens ainda sentem vergonha na hora de buscar ajuda. “A disfunção erétil geralmente é uma situação multifatorial, pode ter origem orgânica, psicogênica e/ou socioeconômica. Dentre os fatores de risco podemos citar: diabetes, deslipidemia (aumento de colesterol e triglicerídeos), doenças do coração (insuficiência cardíaca, hipertensão arterial), tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade, doenças da coluna, doenças da próstata, depressão, pós cirurgia abdominal e da próstata, distúrbios hormonais, uso de medicamentos e o próprio envelhecimento masculino”, informa o urologista. 
 
De acordo com o médico do Hospital Villa-Lobos, a postura masculina começa a dar sinais de mudança, mas o número de homens que não procuram ajuda ainda é grande. “A cultura e a formação sexual do homem brasileiro é um grande obstáculo, justificando a ausência ou pouca procura de tratamento para este problema. Os homens que procuram ajuda estão em busca de uma melhor qualidade de vida e uma melhor qualidade sexual”, ressalta Dr. Jorge Rustom.
 
Tratamento:
 
O tratamento começa com uma avaliação médica para identificar todas as circunstâncias que podem causar a disfunção erétil. Nesta avaliação o médico realiza o exame físico do paciente e solicita exames complementares para investigar as possíveis causas. Após esta etapa, será proposto um plano de tratamento e monitoramento do problema. 
 
A disfunção erétil pode ser tratada com medicações orais, orientação comportamental e psicológica, ou com cirurgia, dependendo do caso. “Geralmente o tratamento oral é o mais realizado, entretanto outras modalidades podem ser necessárias para resolver todos os fatores que levaram à disfunção erétil”, explica o especialista do Hospital Villa-Lobos.
 
Na adolescência :
 
De acordo com o especialista, a maioria dos casos de disfunção erétil na adolescência pode ser resolvida com bastante facilidade. “A adolescência é o período inicial da formação sexual do indivíduo. Apesar da quantidade de informações sobre o tema que está disposto nos meios de comunicação, a inexperiência e a exposição mais íntima fazem com que estes adolescentes desenvolvam situações temporárias de disfunção erétil e ejaculatória. Geralmente as orientações de um profissional e da família são suficientes para resolver o problema”, afirma o médico. 
 
Doença de Peyronie: 
 
A doença de Peyronie é uma doença sem uma causa definida, mais comum após a quinta década de vida, apresentando-se através de placas de fibrose no corpo do pênis. “Essas placas podem apresentar tamanhos variados, determinando dor peniana, desvios e deformidades que podem dificultar a penetração vaginal. Nos casos avançados, esta doença pode determinar um quadro de disfunção erétil, podendo haver a necessidade de tratamento medicamentoso ou cirúrgico”, avisa o urologista do Hospital Villa-Lobos.

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