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terça-feira, 9 de julho de 2013

A 'cura' que faz adoecer


viva
03/07/2013 06:30
MICHELI NUNES
Especialistas explicam que tentar forçar alguém a rejeitar orientação sexual pode causar transtornos
micheli.nunes@diariosp.com.br
A OMS (Organização Mundial da Saúde) entende que a homossexualidade é uma variação natural da sexualidade e não se trata de uma doença. A partir daí, uma resolução do CFP (Conselho Federal de Psicologia) proibiu os profissionais de participarem de terapia para alterar a orientação sexual de uma pessoa. 

O tema veio à tona quando o deputado federal João Campos (PSDB-GO) protocolou, na Câmara dos Deputados, um Projeto de Decreto Legislativo (PDC 234/11) que propõe suprimir essa resolução específica. Mas depois de protestos da população em todo o Brasil, Campos desistiu do projeto na tarde de ontem – ele não teve nem mesmo o apoio do próprio partido.

Especialistas da área explicam que não é possível mudar a orientação sexual de uma pessoa e argumentam que tais tratamentos podem gerar angústia e outros transtornos. “Mesmo que a orientação sexual seja um problema para uma ou outra pessoa, não é  considerada uma doença”, explica o psicoterapeuta sexual Oswaldo Rodrigues. Ele, no entanto, assegura que qualquer pessoa, independentemente da orientação sexual, pode receber tratamento psicológico. “Se a sexualidade for um problema para uma pessoa, esta pode receber a atenção da psicoterapia para aliviar-se do sofrimento.”
Márcia Almeida, psicóloga e professora da PUC-SP, explica o ponto de vista da psicologia. “Se um paciente tem dificuldade em lidar com a própria orientação, o tratamento não pode, de maneira nenhuma, se tratar da sexualidade em si, mas da maneira como ele lida com ela”, afirma.
Para a especialista, a vida que o paciente pretende levar precisa partir dele, não do psicólogo. “É nosso dever ajudá-lo a compreender a própria orientação sem impor nossas crenças pessoais. Forçar uma pessoa a assumir uma posição que não está de acordo com sua orientação interna só aumenta a angústia e o sofrimento dela”, diz Márcia. Oswaldo acrescenta: “A psicoterapia serve para que o paciente compreenda o que está passando, quais são seus planos de vida e o que deve alcançar com a busca. Organizar-se após reconhecer-se é um caminho que ele decide, não o profissional”.

Os especialistas concordam que a melhor maneira para lidar com a sexualidade é a autoaceitação. “A valorização do indivíduo é uma missão da psicologia. Autoaceitação tem de ser compreendida pela pessoa para administrar sua realidade individual na sociedade”, diz Oswaldo. O psicoterapeuta conta também que a visão binária da sexualidade é atrasada. “O termo orientação sexual tem um amplo espectro ainda não debatido. Pouco se tem falado sobre bissexuais, por exemplo. A orientação sexual ainda deve ser melhor compreendida”, defende. 

‘Félix é mau por não ser aceito’, diz Carrasco
Autor da novela “Amor à Vida”, Walcyr Carrasco, que recentemente se declarou bissexual, conta que o motivo da maldade do personagem Félix (Mateus Solano) vem do fato de que ele não se aceita. “A repressão torna as pessoas amargas, revoltadas  e com problemas psicológicos fortíssimos”, afirma ele. “Reprimir a sexualidade provoca até distorções de personalidade. É o caso do Félix, a repressão que ele viveu o tornou assim: mau. Ele sofre por não ser aceito pelo pai e isso o faz odiar a irmã”, conta o autor, que tem uma visão mais ampliada sobre  sexualidade. “Não acredito que seja possível mudar a orientação sexual de alguém, entretanto não acho que as pessoas sejam tão simples assim.  Gosto de fugir de rótulos e, no mundo de hoje, as pessoas procuram várias experiências”, reflete o autor.
Carrasco, que diz não pretender abordar a chamada “cura gay” na novela, reiterou seu repúdio ao projeto. “A decisão do Conselho de Medicina está de acordo com Organização Mundial de Saúde, que não considera a homossexualidade como doença. É uma decisão de caráter científico e não se pode misturar politica com ciência porque, neste caso, quem sairá perdendo é a ciência. Mas é só a ciência que deve determinar tratamentos e a forma de condução da orientação sexual de cada pessoa”, afirma.
http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/53151/A+'cura'+que+faz+adoecer

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Entenda o projeto de “cura gay”

Brasília – Marcha contra o deputado e pastor Marco Feliciano, organizada pelo Movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), na Esplanada dos Ministérios (Valter Campanato/ABr)
A homossexualidade é uma doença? Em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) se posicionou contra essa questão. Entendendo que a homossexualidade é uma variação natural da sexualidade humana, o órgão definiu que ela não poderia ser considerada como condição patológica. A partir deste entendimento, uma resolução do  Conselho Federal de Psicologia (CFP), de 1999, proibiu os profissionais de participarem de terapia para alterar a orientação sexual.
Leia também:
Em 2011, o deputado federal João Campos (PSDB-GO) protocolou na Câmara dos Deputados umProjeto de Decreto Legislativo que propõe suprimir a resolução do CFP referente ao assunto. No projeto do parlamentar (PDC 234/11), ele susta a aplicação do parágrafo único do art. 3º e o art. 4º,  que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual.   
Após algumas tentativas de votação frustadas e muito barulho a respeito do tema, o projeto foi aprovado, ontem, pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Relatada pelo deputado Anderson Ferreira (PR-PE), a proposta recebeu apenas um voto contrário, do deputado Simplício Araújo (PPS-MA). O texto segue, ainda, para as comissões de Seguridade Social e Família, e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ir para o Plenário.


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

«Fiz sexo com mais de 900 pessoas», diz terapeuta americana


25-02-2013 às 10:26   actualizada às 11:35

A terapeuta que inspirou a personagem de Helen Hunt no filme «As Sessões» vive em Berkeley, na Califórnia, com o marido, um ex-paciente.
«Fiz sexo com mais de 900 pessoas», diz terapeuta americana

Aos 68 anos, Cheryl Cohen Greene continua o trabalho que iniciou há 30 anos: atender clientes com impotência, ejaculação precoce ou limitações que dificultam o sexo. No seu livro, «As Sessões: A minha Vida como Terapeuta do Sexo», que chega esta semana às livrarias, ela conta que teve mais de 900 parceiros sexuais.
Greene diz como ajuda os seus clientes e como entrou na profissão, que muitos consideram prostituição. «Ir a uma prostituta é como ir a um restaurante, escolher a ementa e ser servido pelos funcionários, que esperam que o cliente regresse. Ter sessões com uma terapeuta sexual substituta é como ir a uma escola de culinária: descobre-se onde encontrar ingredientes, aprender receitas e sai-se a fazer pratos por conta própria.»

Como é que se tornou uma «terapeuta sexual substituta»?
Cherryl Cohen Greene - No início dos anos 1970 morava na Califórnia, no centro da revolução de costumes nos EUA. Ganhava algum dinheiro como modelo, posando nua, quando soube desse trabalho. Conversei com o meu marido na época. Vivíamos um casamento aberto, eu já tinha tido vários parceiros sexuais e ele também. Ele apoiou a minha decisão.
O que é preciso fazer para ser esse tipo de terapeuta?
Um curso. Há quem ache que só por ser bonita e ter tido muitos parceiros pode oferecer o tratamento. Mas ajudamos pessoas que têm dificuldades - não conseguem ter erecção ou orgasmos, nunca fizeram sexo. Precisam de alguém aberto, amoroso e sensível em quem confiem para aprender a superar.
Como é feito o trabalho?
São oito sessões, em cada uma há experiências diferentes, não só sexuais. Ajudo a pessoa a relaxar. Ao tocar um cliente pela primeira vez não quero que pense na erecção. O ponto é fazer com que se conheça e se abra ao prazer.
Há protocolo dessa terapia?
Sim. Foi desenvolvido pelo casal Master e Johnson. Trabalhamos com um terapeuta convencional, que não tem contacto físico com o paciente (prefiro chamar de cliente).
É o terapeuta convencional que nos indica. Após a sessão, fazemos um relatório para esse terapeuta.
Na primeira sessão ensino o cliente a relaxar e massajo o seu corpo. Na seguinte, o cliente massaja-me e eu conduzo-o, mostrando do que gosto ou não. Depois vem o exercício com o espelho, a pessoa olha-se nua. Daí começam carícias mais íntimas, ensino a manter a erecção por mais tempo, a penetrar uma mulher de forma mais prazerosa para ela.
Como é que encara o sexo sem envolvimento afectivo?
Tudo o que é consensual entre adultos é válido. O lindo do meu trabalho é que não é preciso apaixonarmo-nos, mas tem que se tornar íntimo da pessoa e respeitá-la. E é lindo saber que 85% conseguem uma vida sexual satisfatória depois das sessões.
Como evita que o cliente se apaixone por você?
Conto detalhes da minha vida privada, digo que sou casada e feliz. Isso já diminui as expectativas.
E se você se apaixonar?
Já aconteceu. Estou casada com ele há 32 anos. Bob procurou-me depois de terem terminado as sessões. Na segunda vez que saímos já fizemos sexo fora do «consultório».
O que ele acha desse trabalho?
Eu nem me apaixonaria se ele não aprovasse o que faço. Quando lhe perguntam, ele diz que sabe o que fiz por ele e o que posso fazer para melhorar a vida de outros.
É outro casamento aberto?
Não. O amor é uma coisa, o trabalho é outra. Guio o cliente, ensino. Faz parte da terapia eu própria ter orgasmos. Muitos precisam de saber que são capazes de fazer isso. Para mim, termina ali.
Você ainda trabalha?
Tenho três clientes. Quando comecei, atendia dez por semana. Vivemos uma onda conservadora, há menos gente a recorrer ao serviço. Espero que com o filme e o livro mais pessoas se interessem pelo trabalho.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=617649

Nada de missionária, apenas nua


Eu não assisti ao filme "As Sessões", em que Helen Hunt é uma terapeuta que faz sexo com um homem paralisado, ainda virgem, mas posso garantir que mulheres não fazem sexo por dó, nem por caridade. Mulheres fazem sexo pelo prazer que o sexo dá. É claro que esse prazer pode se misturar com sensações de diversos outros tipos, mas todas elas estão extremamente ligadas com desejo, tesão e orgasmos.
No filme, a mulher faz sexo com pessoas cheias de dificuldades. Mas isso não tem nada de tão nobre quanto querem que pareça. As prostitutas que trabalham numa casa de descanso na Grã-Bretanhafazem a mesma coisa e por isso mesmo são ainda mais apontadas como um problema social.
Ter que ler que mulheres fazem sexo porque homens precisam disso desesperadamente é dizer, nas entrelinhas, que estamos aqui para satisfazer o outro. E não, não estamos. No sexo as pessoas se satisfazem, é o único momento na vida em que ser egoísta não é tão ruim quanto parece – desde que isso seja recompensado no momento seguinte ou mesmo durante os momentos de egoísmo.
Nossos corpos não são presentes, não são pacotes e não precisam ser abertos. Nós abrimos nossos corpos para o prazer – seja ele misturado com outras coisas ou não. O prazer está ligado a tantos outros detalhes além da penetração, além de um pênis, que é difícil para muitas pessoas entenderem isso.
O prazer pode ser transar com caras feios, sujos, moradores de rua, deficientes físicos, caras ricos, lindos, famosos, mulheres, fazer sexo com você mesma em frente ao espelho... Padrões do que é bonito e desejável mudam para cada pessoa e nem todo mundo segue os padrões da mídia. Nem todo mundo procura algo externo. Prazer é algo totalmente pessoal e não entender isso só faz de você uma pessoa despreparada para encontrar o seu próprio gozo.
Não somos santas nem putas, somos pessoas buscando um alívio para as pressões do dia a dia, uma maneira de relaxar e não ter que falar, ouvir, dar uma resposta pensada e certeira. No sexo, nosso corpo fala, se expressa, mostra os caminhos que escolhemos e ninguém tem nada a julgar.
Se você é homem e acha que penetra uma mulher porque ela está sendo generosa precisa ganhar um pouco de amor próprio. Você penetra uma mulher, faz sexo oral nela e recebe dela porque você é desejável, despertou isso nela e fez com que ela sentisse essa vontade. Dê mais valor a você mesmo e um pouco mais de crédito a mulher com quem você se deita.
Não é lisonjeiro achar que uma cara depende da gente, nem do nosso corpo, nem da nossa atenção ou afeto. Amar não tem a ver com isso. Amar não é dependência, amar é troca, é andar lado a lado, é dividir experiências, desejos, medos, portos seguros e pontos de equilíbrio.
O moralismo está em querer que o mundo acredite que a mulher transa por sentir algo nobre pelo homem. A mulher transa porque quer transar, quer ser desejada, quer gozar e fazer gozar. A mulher faz sexo pelo mesmo motivo que o homem o faz. E a nobreza nisso tudo está em seguir seus desejos, conhecer quem você realmente é e não fugir da sua verdade, mesmo que você possa ser, ao invés da próxima santa generosa, a próxima vadia.
Você tem alguma dúvida sobre sexo? Manda para mim nopreliminarescomcarol@yahoo.com.br e siga-me no Twitter (@carolpatrocinio).


Por  | Preliminares – seg, 25 de fev de 2013 10:44 BRT


Pastor Silas Malafaia vê motivação política em ações de ativistas gays contra ele e diz: “Raça ninguém escolhe. Ser gay é preferência”


Avatar de Tiago Chagas Publicado por Tiago Chagas em 26 de fevereiro de 2013 


O pastor Silas Malafaia concedeu uma extensa entrevista em que fala sobre as diversas polêmicas envolvendo seu nome, o viés político da maioria das situações em que seu nome é citado e seu longo histórico de embates com ativistas gays.
Para o pastor, a questão envolvendo o pedido de cassação de seu registro profissional de psicólogo na Avaaz tem ligação com suas posturas políticas, pois o representante da ONG no Brasil tem ligação com o Partido dos Trabalhadores: “Todo mundo sabe que quem protege a causa gay no Brasil é o PT, mais do que ninguém. E todo mundo sabe que eu fui contra eles, o PT tem bronca de mim. Mandei e-mail para o Avaaz nos Estados Unidos detalhando toda essa cachorrada”.
Malafaia pontuou que a decisão de retirar a petição favorável a ele ocorreu apenas depois que a petição contrária foi superada, e que a maneira como a Avaaz conduziu o episódio demonstra imparcialidade: “Quer dizer que petição contra mim cabe na política do site? A meu favor não cabe? Dez dias depois? Tinham de barrar lá no início então”, afirmou Malafaia, na entrevista à revista Exame.
Sobre a matéria da revista Forbes, que o apontou como terceiro líder evangélico mais rico do Brasil, com patrimônio de US$ 150 milhões, o pastor disse que seguirá em frente na sua intenção de processar a publicação: “Estou preparando toda a documentação para o processo. E acredito que na semana que vem já entramos com tudo, meu advogado já foi aos EUA. Vou entrar bonito porque o que os caras fizeram foi outra safadeza. Eu tenho 300 milhões? Só quem tem essa informação é a Receita Federal e só se pode ter acesso a isso com requisição de quebra de sigilo fiscal. Não tenho isso e vou mostrar minha declaração de imposto de renda”, disse Malafaia.
Questionado sobre as questões abrangidas pelo projeto apelidado de “cura gay”, Silas Malafaia voltou a defender o argumento de que não se sugere uma reorientação forçada, mas a intenção é oferecer a oportunidade de que os interessados possam ser atendidos.
“Não se fala em cura gay, fala-se em reorientação e só pode se a pessoa quiser. Ninguém nasce gay, não é doença. É algo aprendido ou imposto. Quarenta e seis por cento dos homossexuais passaram a ser depois que foram violados”, frisou o pastor, que ressaltou que o trabalho que ele desenvolve acontece no campo religioso: “[A reorientação] é na igreja, não é como psicólogo, é como pastor. Aconselhamos, usamos elementos espirituais, oramos. São outros critérios. O Conselho com esse negócio de psicólogo não poder tratar gay só está fazendo com que os gays vão todos à igreja”, afirmou.
Silas Malafaia ainda rebateu os argumentos contrários ao projeto e à proposta como um todo, dizendo que não haverá prejuízos aos pacientes interessados caso a terapia seja aprovada: “Isso de não ser confortável ou de ter a situação piorada por nossa causa é conversa fiada de ativista gay. Isso são eles que estão dizendo. Se um homossexual pedir ajuda é um problema entre o homossexual e o terapeuta. Um terapeuta ouve a queixa do paciente e o ajuda”, enfatizou.
O pastor Silas Malafaia voltou a dizer que a homossexualidade “é um comportamento”, e que por isso pode ser tratada: “Repito: ninguém nasce gay, não tem gene gay, hormônio gay. Essa do ativismo gay de querer se comparar com raça é piada. Raça ninguém escolhe. Ser gay é preferência, aprendida ou imposta. Não existe prova científica que alguém nasce homossexual”.
Malafaia falou ainda sobre o aborto e a eutanásia, e afirmou que os temas são trazidos à discussão por pessoas interessadas em promoção ideológica: “Existe no mundo ocidental uma mudança de paradigma. Querem substituir o modelo cristão-judaico pelo modelo ateísta humanista. E a esquerda ideológica quer desconstruir a heteronormatividade [...] A verdade é que o aborto é um massacre dos poderosos contra os indefesos [...] A gente não é Deus e quando o homem se mete a Deus, ele só faz bobagem”.
Confira a íntegra da entrevista do pastor Silas Malafaia no site da revista Exame.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+

http://noticias.gospelmais.com.br/pastor-silas-malafaia-raca-ninguem-escolhe-gay-preferencia-50356.html

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

RJ: Justiça proíbe clínica de fornecer produtos para impotência sexual

23 de Janeiro de 2013  00h38

Atendendo a requerimento do Ministério Público do Rio de Janeiro, o Juízo da 1ª Vara Empresarial da Capital antecipou a proposta que determina que a clínica Arte-Cleaner Clínicas Médicas (ProMem) deixe  imediatamente de fornecer medicamentos aos seus pacientes para uso fora do estabelecimento, sob pena de multa diária de R$ 1 mil.
Um inquérito da Justiça de Defesa do Consumidor investiga “se a clínica que atende na área de saúde masculina estava desempenhando atividade irregular de comercialização de medicamentos ao fornecer aos pacientes produtos produzidos mediante manipulação, tais quais injetáveis para inoculação no tecido peniano, bem como sprays para ejaculação precoce”.
Ao subscrever a inicial da ação, o Promotor de Justiça Júlio Machado Teixeira Costa destacou que a própria clínica se manifestou no inquérito civil reconhecendo que parte do tratamento envolve procedimento com a administração de medicamentos feita em casa pelo próprio paciente que recebe os mesmos do próprio estabelecimento.
O Ministério Público salientou que a irregularidade foi detectada em inspeções realizadas pelo Cremerj e pela Vigilância Sanitária Municipal, e acrescentou que de acordo com o artigo sexto da Lei 5991/73 (dispõe sobre o Controle Sanitário do Comércio de Drogas), “não é possível que uma mera clínica médica, sem farmácia ou dispensário de medicamentos faça a dispensa direta ao consumidor.”
Em sua decisão, o Juiz de Direito da 1ª Vara Empresarial, Luiz Roberto Ayoub, concluiu que "pela análise dos autos, a atitude da ré representa burla ao sistema de proteção sanitária criado em benefício do consumidor”. Ele considerou ainda que a permanência da irregularidade poderá acarretar danos aos consumidores que procuram  a clínica com objetivo terapêutico”.
Na ação, o MPRJ requer ainda que a clínica seja condenada a indenizar os danos materiais e  morais causados aos consumidores, quer individual e coletivamente, neste último caso no valor de R$ 300 mil.

http://noticias.terra.com.br/brasil/rj-justica-proibe-clinica-de-fornecer-produtos-para-impotencia-sexual,addf340bd356c310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html

domingo, 9 de dezembro de 2012

Veneno de aranha é usado em pesquisa contra disfunção erétil


03/12/2012 16h57 - Atualizado em 03/12/2012 19h32


A partir de isolamento de toxina, molécula foi produzida em laboratório.
Componente, que deverá ser apresentado em gel, já foi testado em animais.

Do G1 MG
O veneno da aranha armadeira pode se tornar um aliado do tratamento da disfunção erétil. A substância vem sendo testada por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que desenvolvem um estimulante sexual. O componente da fórmula, que deverá ser apresentado em gel, já foi testado com sucesso em animais.

A aranha armadeira é encontrada em várias regiões do estado, nas áreas rurais e urbanas. Segundo a bióloga Maria Nelman, na natureza, ela costuma ficar embaixo de troncos de madeira em decomposição e em lugares onde há entulhos . A aranha recebeu esse nome por causa de sua posição de ataque. Quando ela se arma, salta até quarenta centímetros, e a picada pode ser fatal. “A dor é muito intensa. A pessoa passa mal, sente tonteira, começa a dar calafrios, sudorese no local da picada”, explica a bióloga.

A partir de amostras extraídas na Fundação Ezequiel Dias (Funed) foram feitos estudos em ratos na UFMG. A bioquímica Maria Elena de Lima explica que a pesquisa foi feita por meio do isolamento de uma toxina que provoca ereção quando injetada nos ratos. A partir deste resultado, começaram os estudos. A molécula foi reproduzida em laboratório, e os efeitos indesejados, que podem afetar o coração, foram reduzidos. De acordo com a especialista, o resultado é uma molécula menor, de custo e efeitos colaterais reduzidos, que o organismo absorve com mais facilidade.
A fórmula em gel, que poderá ser usada em humanos, está sendo preparada por uma aluna de doutorado da Faculdade de Farmácia da UFMG. Os novos testes devem custar cerca de R$ 1 bilhão. Segundo Maria Helena de Lima, pelo alto valor, deve ser feito o que se chama de transferência de tecnologia, ou seja, uma parceria com uma industria farmacêutica que queira se associar aos pesquisadores. “Vai ter como resultado a divisão dos royalties e, com isso, a gente faz todos os testes que são exigidos em humanos e que fica na média de US$ 500 milhões".

domingo, 4 de novembro de 2012

Is 'female Viagra' coming soon?


  • FEMALE VIAGRA
  • NOVEMBER 2, 2012
  • BY: TOM ROSE


  • "Female Viagra" which goes by the trademark "Tefina" will be tested soon on women in Canada and Australia, according to a medical report released earlier this week.
    The clinical trial may pave the way in the US for a long awaited counterpart to the phenomenally successful sexual performance drug (male Viagra?) prescribed to men for the last 14 years.
    The medication is not an exact opposite of the male sexual enhancement stimulant. Tefina, instead of increasing female hormones, boosts testosterone, in this case with a gel, absorbed through a nasal applicator, rather than just popping a "little blue pill" as men do.
    But, according to an article published on theGlamour sex and love blog on Thursday, this new drug will not cause side effects in women, like a booming voice or increased body hair.
    The medication treats female sexual dysfunction, known as anorgasmia (the inability to achieve orgasm) and, according to Monday's Medical Daily, women have already begun trials in the United States.
    Successful results could mean American women may be one step closer to the same kind of treatment for lowered libido which men have flocked to, and had great success with, since Viagra became available on the US market in 1998.
    Could this just be a gimmick thought up by the drug companies salivating over the untapped half of the patient pool?
    Not according to Dr. Fiona Jane of Melbourne's Monash University in Australia.
    "A lot of people have thought that drumming up the idea of a female 'Viagra' is just for pharmaceutical companies" she told New Zealand's One News. "In fact, there is a huge need for women to have their sexual dysfunction addressed."
    If this new drug is half as successful as Viagra has been, women may soon be able to enjoy sex more, a state of mind and body thought to be a key factor leading to an increased sense of well-being.
    It's interesting that Tefina is administered nasally. Perhaps by the time the drug hits the American market it will be sold in a more familiar form.
    Is the world about to enter the age of the little pink pill?
    What do you think? Will American women try Tefina, if it goes to the market? How will men react to a "female Viagra"?

    quarta-feira, 3 de outubro de 2012

    Vaginismo, causas y soluciones


    Vaginismo, despejamos tus dudas

    Vaginismo, despejamos tus dudas

    Irene Linares | 
    Últimamente muchas de vuestras preguntas, están relacionadas con este tema, de ahí que el artículo de este mes trate un tema tan fastidioso como habitual. El vaginismo.
    Cuando hablamos de vaginismo, hablamos de una contracción  involuntaria de la vagina al intentar el coito. Generalmente esa contracción, viene dada por los nervios de la primera vez, una educación sexual mal adaptada, miedo a los embarazos…La falta de relajación vaginal, provoca dolores intensos, ardor, o punzadas durante la penetración.
    Aun que se podría decir que en los comienzos, los nervios, el miedo, la falta de preparación… son los causantes de la dolencia, son las molestias que genera lo que mantiene esas contracciones en el tiempo. Es decir, que en los intentos posteriores, ya no es el miedo, ni los nervios del propio acto los que cierran la vagina, sino el recuerdo del dolor provocado por la penetración anterior. De esta manera, si los recuerdos de las anteriores penetraciones fueron dolorosas, nunca estaremos relajadas ante el futuro intento, por lo que los músculos se contraerán de nuevo y lo harán cada vez con más fuerza hasta impedir totalmente la entrada del pene el la vagina.
    El principal problema es que la mujer no controla para nada la constricción y mucho menos desea que ocurra; es una respuesta pélvica involuntaria. Es posible que ella ni siquiera sea consciente de que la respuesta muscular esté ocurriendo, y por lo tanto no sabe que esta, está causando los problemas de penetración.
    Las contracciones involuntarias las provocan el músculo pubocoxígeo, que rodea la vagina y que junto con los haces ileocoxígeo y puborrectales forman  el músculo elevador del ano. A toda esta musculatura se la conoce coloquialmente como músculos del suelo pélvico y es necesario su entrenamiento para solucionar el vaginismo.
    Debido a que es el recuerdo del dolor el que cierra la vagina, nos encontramos con que no siempre el vaginismo aparece con las primeras relaciones sexuales, puede aparecer tras años de relaciones con penetraciones completas y placenteras. De ahí que hablemos de dos tipos, primario y secundario
    Cuando una mujer nunca ha podido tener actividad sexual sin dolor debido este problema, su padecimiento se conoce como vaginismo primario y en algunos casos no son capaces de usar tampones, de completar las visitas al ginecólogo y en ocasiones ni siquiera pueden consumar su relación, por que la penetración se vuelve imposible.
    Si el vaginismo aparece más tarde después de, haber disfrutado de coitos indoloros, se conoce como secundario. Generalmente es causado por un problema médico, evento traumático (violación, abuso…),por un parto complicado, menopausia…Que provocaron un coito doloroso o un dolor vaginal intenso, que hace que la vagina quiera defenderse de dolores futuros y se cierre a la penetración.
    Tenéis que saber que hay maneras de solucionarlo, pero es necesario que te hagan un seguimiento profesional, por que cuanto más tiempo tardes, más se agrava el problema, a que los músculos aumentan su fuerza y el recuerdo del dolor se hace más firme, por que te ha dolido más veces. Chicas, sufrir no es necesario y menos cuando las técnicas han avanzado. Ante el más mínimo problema pedid cita a un sexólogo, ya veréis que rápido empezáis a mejorar.
    Irene Liñares es licenciada en Psicología Clínica por la Universidad de Santiago, y experta en Sexología. Tiene una amplia experiencia como educadora y asesora sexual. Actualmente dirige la clínica Ishtar de Psicología Sexual y de Pareja

    sábado, 22 de setembro de 2012

    Castração química não é compatível com a Constituição


    Artigos

    16setembro2012
    PENA PERPÉTUA

    Por Mara Elisa de Oliveira

    Recentemente acendeu-se no país a discussão acerca da introdução em nosso ordenamento jurídico da castração química. O método consiste na aplicação de injeções hormonais para inibir o apetite sexual de condenados por crimes sexuais, levando o apenado à impotência para o ato sexual.
    No Brasil, já no ano de 2002, o então deputado Wigberto Tartuce (PPB-DF) apresentou o Projeto de Lei 7.0212, que defendia a pena de castração, realizada com recursos químicos, para quem cometesse o crime de estupro. Na época, o projeto de lei foi repudiado pela comunidade jurídica, tendo sido o projeto considerado flagrantemente inconstitucional.
    No ano de 2007, o senador Gerson Camata (PMDB-ES) propôs o Projeto de Lei do Senado Federal 552/07, o qual visa a acrescentar o artigo 216-B ao Código Penal brasileiro, cominando pena decastração química ao autor dos crimes tipificados nos artigos 213, 214 (hoje já revogado pela Lei 12.015/2009), 218 e 224 (também revogado pela Lei 12.015/2009) do Código Penal brasileiro, quando o autor do crime for considerado pedófilo.
    Tratando-se de tema causador de profunda polêmica, não só no meio jurídico e científico, ante aos riscos da medida frente à salvaguarda dos direitos dos apenados, como também em toda sociedade, que cada vez mais clama por respostas mais eficazes do sistema penal na repressão aos crimes sexuais, é mister que se faça uma análise acerca da constitucionalidade do instituto no ordenamento pátrio, observando, assim, sua compatibilidade com os princípios consagrados na vigente Carta Política.
    O método de castração químicaA castração química é uma forma temporária de castração ocasionada por medicamentos hormonais. A Depo-Provera, uma progestina, é uma das drogas mais utilizadas com esta finalidade. “Depo-Provera” é um dos nomes comerciais do acetato de medroxiprogesterona, medicamento utilizado para controle de natalidade que, se administrado em injeções semanais em indivíduos do sexo masculino, inibe o apetite sexual. Sua ação reduz os níveis de testosterona nos homens, diminuindo os níveis de andrógenos no sangue, o que, ao menos em tese, reduziria as fantasias compulsivas sexuais de alguns tipos de agressores.
    O tratamento com o acetato de medroxiprogesterona é uma resposta inserida no ordenamento jurídico de alguns países com vistas a reduzir as taxas de reincidência de alguns tipos de crimes sexuais, sobretudo nos casos de parafilia — padrão de comportamento sexual no qual, em regra, o desvio se encontra no objeto do desejo sexual, como, por exemplo, crianças — ou em casos em que os desejos biológicos são incontroláveis e expressos em forma de fantasias sexuais que normalmente só podem ser satisfeitas por meio de violência ou compulsão.
    É mister ressaltar que essa forma de castração química só é útil no caso de agressor do sexo masculino, pois o efeito do Depo-Provera em mulheres não apresenta a redução do desejo sexual como efeito, na maioria dos casos.
    Alguns estudos realizados nos Estados Unidos, país onde alguns estados adotam a prática da castração química, têm demonstrado que a utilização do regime de injeções semanais de Depo-Provera reduziu as taxas de reincidência dos crimes sexuais, numa média aproximada de 70% para o valor mínimo de 2%.
    No que concerne aos efeitos colaterais e à reversibilidade do método, há bastantes controvérsias. Enquanto alguns dizem que os efeitos colaterais da droga são raros, outros apontam que a droga pode causar vários efeitos colaterais, como o aumento de peso, fadigatrombosehipertensão, levedepressãohipoglicemia e raras mudanças em enzimas hepáticas.
    Além disso, pode aumentar a pressão arterial em indivíduos do sexo masculino a níveis perigosos, além de poder causar ginecomastia. Outros efeitos secundários, tais como a formação de depósitos anormais de gordura no fígado, ainda estão sendo investigados.
    No Projeto de Lei do Senado Federal 552/07, a submissão do condenado à castração química deverá ser voluntária durante o período de livramento condicional. O tratamento será administrado depois que uma comissão, formada por psicólogos e psiquiatras, realizar atendimento psicossocial no período de reclusão. O uso do hormônio semanalmente deverá se iniciar antes da soltura e, em caso de reincidência, a pessoa voltará à prisão e perderá o direito à detração da pena.
    Direito comparadoA castração química já vem sendo adotada em países como os EUA e Polônia. Nos Estados Unidos, o estado da Califórnia foi o primeiro a prever em seu Código Penal a castração compulsória como punição para criminosos sexuais e, hoje, pelo menos mais cinco estados já adotaram a castração química por meio de medidas legislativas (FlóridaGeórgiaTexasLouisiana e Montana).
    Na Polônia também foi criada uma lei para impor a castração química aos molestadores de crianças. Na Inglaterra, uma petição eletrônica com mais de 30 mil assinaturas já foi encaminhada ao Poder Legislativo para análise. Já na França, o ex-presidente Nicolas Sarkozy, após tomar conhecimento do estupro de uma criança de apenas 5 anos por um molestador que havia acabado de receber liberdade, reacendeu a polêmica sobre a castração química.
    Na Itália, a castração química voluntária é muito discutida, como meio alternativo à pena de prisão ou servindo como desconto desta. A chamada “terapia antagonista de testosterona”, denominação por que também é conhecida a medida, vem ganhando adeptos, sobretudo tendo em vista o crescimento de crimes de cunho sexual nos últimos tempos. Naquele país, diferentemente do projeto de lei brasileiro, a castração química só pode ser aplicada com o consentimento do condenado; não consentindo, cumprirá a pena de prisão.
    Na verdade, a castração química já existe e é aplicada há muito tempo por profissionais qualificados de forma não oficial, nas pessoas voluntárias. Esse método é também utilizado legalmente na Suécia, Alemanha e Dinamarca.
    No BrasilPor causar uma redução drástica no apetite sexual compulsivo dos criminosos sexuais, a castração química é vista por muitos como medida benéfica e viável, afirmando seus defensores que seus efeitos colaterais compensam-se pelos seus benefícios e que sua utilização é um avanço no sentido de individualização da pena, bem como na prevenção de novos crimes.
    Ocorre, entretanto, que tal medida não se pode considerar como compatível à ordem Constitucional brasileira.
    Assim é porque, primeiramente, a castração química fere o princípio da proporcionalidade. Este princípio pode ser entendido como o exame da adequação de determinado ato estatal ao seu fim, viabilizando-se o controle de sua razoabilidade, com fundamento no artigo 5º, LV, da Carta Política; o exame da proporcionalidade é, em último caso, a própria fiscalização de constitucionalidade das prescrições normativas emanadas do Poder Público. Ressalte-se que também é papel do Poder Judiciário evitar que excessos prejudiquem a aplicação do direito, devendo pautar sua atuação pela ponderação, de forma racional, para que jamais sejam os sujeitos privados de direitos que lhes são inerentes.
    Por esse motivo, a pena de castração química, quando prevista como pena ou mesmo como tratamento voluntário, não pode se considerar proporcional, vez que pune o autor do crime com medida muito mais drástica que àquelas penas previstas para muitos outros delinquentes que cometeram crimes por vezes tão graves ou até piores que a por ele perpetrada.
    Além disso, o método da castração química fere também o princípio da dignidade da pessoa humana. Este princípio visa a garantir a cada pessoa o mínimo para suprimento de suas necessidades básicas e vitais, sendo assegurada sua existência digna como ser humano. Segundo este princípio, cada pessoa deve ser tratada e considerada como um fim em si mesmo e não para a obtenção de algum outro resultado ou vantagem. A dignidade da pessoa humana, como fundamento da República Federativa do Brasil, impede a exploração do homem pelo homem.
    Desta forma, sendo a dignidade algo intrínseco à condição de ser humano, toda conduta que prevê sua violação deve ser totalmente rechaçada, por retirar do indivíduo algo que os demais, não sendo acometidos por qualquer tipo de enfermidade, têm como característica, que é a própria libido e a capacidade reprodutiva. Por essa razão, a castração química em criminosos no Brasil também desrespeitaria frontalmente a dignidade humana, retirando do condenado seu direito à vida nos conformes do enunciado pela Carta Magna, isto é, em sua plenitude.
    Por fim, a pena de castração química, face à Constituição Federal, fere ainda dois direitos fundamentais, quais sejam: a vedação à prática de tortura e tratamento desumano ou degradante (art. 5º, III) e a proibição de penas cruéis (art. 5º, XLVII, e). É importante perceber que, com esta medida tão drástica, a privacidade do condenado é atingida de forma profunda, pela interferência em sua integridade física. Além disso, de acordo com a doutrina majoritária, qualquer pena que atinja o corpo do condenado é cruel e, portanto, vedada constitucionalmente.
    Há ainda outro argumento constitucional contrário à castração química, qual seja, a violação do princípio constitucional da igualdade de tratamento perante a lei. Isto porque os efeitos do tratamento à base da redução dos níveis de testosterona são quase que ineficazes nas mulheres, uma vez que apenas 5% delas apresentam redução da libido com o método.
    Mesmo naqueles regimes em que o método hormonal é utilizado somente com o consentimento do apenado, discute-se se há, de fato, liberdade de escolha, já que a não-continuidade do tratamento médico pode resultar não apenas na violação da condicional, como também a prática de um delito qualificado. Assim, a escolha do condenado não pode ser considerada completamente livre e voluntária.
    Muitos psicólogos entendem que a castração química não seria um método verdadeiramente seguro e eficaz, pois, se por um lado provoca um temporário abrandamento dos desejos sexuais, por outro deixa o sujeito mais agressivo. Alertam, ainda, que os criminosos sexuais possuem um distúrbio psicológico e não biopatológico; como a castração química consiste na administração de hormônios, nada seria modificado na personalidade do pedófilo. Assim, seria mais eficaz um tratamento por métodos psicológicos durante o período da detenção que a administração de hormônios. A castração química pode interromper momentaneamente as necessidades fisiológicas do criminoso sexual, mas só o tratamento psicológico é realmente eficaz para suprimir sua dependência psíquica e sua tendência ao comportamento sexual delinquente.
    Por todos os argumentos supracitados, deve-se entender a castração, seja ela física ou química, como inaceitável em nosso ordenamento jurídico, sendo os projetos de lei nesse sentido flagrantemente inconstitucionais. Por mais que ela seja aplicada apenas na vigência da reprimenda penal, é indubitável que seus efeitos prolongam-se, ainda que psiquicamente, para o resto da vida.
    É sempre importante observar que não é através de medidas drásticas que um Estado pune crimes graves. Caso a castração química seja aplicada a criminosos sexuais, poderão surgir iniciativas que demandarão pela morte de homicidas, o decepamento das mãos e braços de ladrões e da língua de difamadores, o que se coaduna com os regimes jurídicos primitivos, consagradores da vingança privada e das penas cruéis, e não com o Estado Democrático de Direito.
    Neste tipo de Estado, somente políticas públicas sérias serão capazes de modificar a criminalidade e reincidência nos crimes de cunho sexual, sendo elas erigidas sempre com o objetivo de atingir a igualdade social e a ressocialização dos apenados. Por mais repulsa que gere um delito, o sentimentode indignação social não pode derrogar a ordem constitucional, devendo o Estado sempre agir com racionalidade e observância dos preceitos da Constituição.
    Dessa maneira, em face do Princípio da Primazia da Constituição, impõe-se que a norma, princípio ou instituto recepcionando não seja materialmente incompatível para com a Carta Política. Exatamente por afronta a este princípio é que o Projeto de Lei do Senado de 552/07 não pode ser considerado como constitucional, por ser incompatível com a vedação de penas perpétuas e cruéis e violadoras da integridade física e moral do condenado (art. 5°, XLVII, "b" e "e" e XLVIII).
    BibliografiaAGUIAR. Alexandre Magno Fernandes Moreira. O "direito" do condenado à castração química. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=10613. Acesso em 28 maio 2010.
    HEIDE, Márcio Pecego. Castração química para autores de crimes sexuais e o caso brasileiro. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9823. Acesso em 28 maio 2010.
    SGARBOSSA, Luís Fernando; JENSEN, Geziela. Projeto de Lei SF nº 552/07 (castração química) e a (im)possibilidade de recepção do princípio da incapacitação do infrator no direito brasileiro Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1566, 15 out. 2007. Disponível em: . Acesso em: 28 maio 2010.
    WICKAM, DeWayne. Castration often fails to halt offenders. Disponível em:http://www.usatoday.com/news/opinion/columnists/wickham/2001-09-04-wickham.htm. Acesso em 28 maio 2010.
    Mara Elisa de Oliveira é analista processual no Ministério Público da União, professora substituta da Universidade Federal de Pernambuco, especialista em Direito Penal e Processual Penal.
    Revista Consultor Jurídico, 16 de setembro de 2012

    ¿En qué casos es bueno acudir a un sexólogo?



    segunda-feira, 20 de agosto de 2012

    Grupos querem prevenir abuso sexual tratando pedófilos


    A cada ano há mais denúncias de abuso sexual contra crianças. De janeiro a abril, passaram de 34 mil: um aumento de 71% em relação ao mesmo período de 2011, segundo a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência.

    Nos meses de maio e junho o crescimento foi ainda maior, talvez puxado pela aparição de Xuxa no "Fantástico", declarando ter sido abusada na infância. Só nesse bimestre foram ouvidas 22 mil denúncias, alta de 30% em relação ao início do ano.

    A repressão à pedofilia no Brasil dá passos --como a ampliação, em maio, do prazo de prescrição para esse crime abjeto no qual a criança é a vítima do desejo de alguém mais forte que ela e, quase sempre, de "confiança".

    Mas há quem defenda um trabalho de prevenção por meio de tratamento, cuidados e apoio dispensados ao agressor em potencial.

    Um pedófilo não é obrigatoriamente um criminoso. Pode sentir atração por crianças e se manter afastado delas a vida inteira --ou por anos.

    Segundo o psicólogo Antônio Serafim, do Hospital das Clínicas de SP, a literatura aponta que 75% dos pedófilos nunca chegam a sair da fantasia para o crime.

    "É importante oferecer suporte aos que sofrem do transtorno". Ele diz que os agressores são tipos imaturos e solitários. "A falta de habilidade social acaba os levando a mergulhos cada vez mais profundos na pedofilia."

    A pedofilia é classificada como uma desordem mental e de personalidade e também como um desvio sexual.

    "Se o tratamento, que envolve terapia e medicamentos, for iniciado no tempo adequado, com técnicas adequadas e por profissionais preparados, melhoras consideráveis e até a cura poderão ser alcançadas", afirma José Raimundo Lippi, que é psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Prevenção e Tratamento das Ofensas Sexuais.

    Surgiram iniciativas de apoio a pedófilos latentes em vários países. No Reino Unido e na Irlanda, o grupo Stop It Now! disponibiliza um número de telefone para quem tem consciência de seu problema e precisa de ajuda para continuar inofensivo.

    DIFERENTES PERFIS





    Na França há a L'Ange Bleu, fundada por Latifa Bennari, franco-argelina de 61 anos que não tem formação em psicologia, mas tem vasta experiência no assunto.

    A associação é polêmica: em vez de dar assistência às vítimas, concentra-se no apoio aos pedófilos. Mas antes de fundá-la Bennari ajudou, durante 30 anos, pessoas traumatizadas por abuso sexual na infância.

    Segundo ela, era comum a vítima pedir um encontro com seu agressor, para confrontá-lo e tentar seguir em frente. "Nesses grupos, fui percebendo vários perfis. Há o que não sente remorso, mas há o que sabe que tem algo errado com ele", conta.

    "A pedofilia aparece cedo, mas as agressões demoram para acontecer. Durante anos conseguem se controlar, mas um dia a oportunidade surge e alguns cedem", diz Bennari, que trabalha com conhecimento de causa: ela foi abusada por um empregado da família dos cinco aos 13 anos.

    O objetivo da sua entidade, diz, é apoiar os que têm conhecimento de seu transtorno, mas que, por consciência do mal que podem causar ou pelo simples medo da prisão, nunca realizaram seus desejos e precisam de ajuda para continuar inofensivos.

    A L'Ange Bleu encaminha pessoas para consultas com psiquiatras, promove reuniões entre pedófilos em potencial e vítimas de pedofilia e até dá suporte jurídico a agressores, preservando a identidade dos participantes.

    No Brasil não existe nada do tipo. Mas há o Centro de Estudos Relativos ao Abuso Sexual, em São Paulo, que atende famílias incestuosas.

    "Fazemos ações anteriores ao aparecimento da patologia. A família incestuosa é uma fábrica de ofensores sexuais: ali são produzidos futuros pais incestuosos, pedófilos, estupradores etc. Trabalhar com essas famílias é fazer a prevenção primária desse grave problema de saúde pública", explica Lippi.

    INVERSÃO DE PAPÉIS

    Iniciativas como a da associação francesa são alvo de críticas. Nesse modelo de prevenção os pedófilos seriam vitimizados além da conta.
    É o que pensa a psicanalista Lekissandra Gianis, filiada à Escola de Psicanálise do Rio de Janeiro. Para ela, ajudar as crianças é mais urgente: "A prioridade deve ser dada às vítimas, que vivem no limiar do surto psicótico".

    Um caminho não invalida outro, segundo especialistas.


    "Todo trabalho que vai na direção de intervir nas agressões sexuais é válido. Tratar o agressor em potencial seria positivo também para os profissionais, que teriam mais experiência nesse transtorno", opina a psicanalista Fani Hisgail, autora de "Pedofilia - Um Estudo Psicanalítico" (Iluminuras). Mas ela ressalva que tratar um pedófilo é muito complexo. "Primeiro ele tem que reconhecer seu problema e querer se tratar."

    A L'Ange Bleu teve um início difícil. Em 1998, desejando chamar atenção para a causa, Bennari foi a um congresso de psicologia expor seu ponto de vista.

    Rejeição unânime. "Todos me chamaram de louca, disseram para não focar no pedófilo, e sim na vítima. O objetivo era justamente evitar vítimas, mas disseram não ser politicamente correto. Achavam impossível um pedófilo sair das sombras antes de virar criminoso", lembra.

    Hoje, num dia normal, Bennari atende em média sete novos pedófilos em potencial.

    Nos EUA, dois pedófilos que se conheceram na rede criaram o site "Virtuous Pedophiles", que tenta mostrar ao mundo que um pedófilo pode ser inofensivo. Ethan*, como se apresenta um deles, diz que ninguém, exceto seu terapeuta, sabe de seu problema: "As pessoas nos odeiam", justifica.

    "Os profissionais não estão preparados para lidar com esses pacientes. Interrompem o tratamento assim que o pedófilo se assume. Acreditam que cedo ou tarde seremos todos criminosos. Até mesmo terapeutas espalham que todos os pedófilos são abusadores, embora nem todos os abusadores sejam pedófilos", diz Ethan.