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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Meninos são aliciados para virar transexuais em SP Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/meninos-sao-aliciados-para-virar-transexuais-em-sp-3950782#ixzz1mAdxu0TM © 1996 - 2012. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

Tráfico de adolescentes para prostituição começa nas redes da internet


C., em uma travessa da Avenida Indianópolis
Foto: Cleide Carvalho / O Globo
C., em uma travessa da Avenida IndianópolisCLEIDE CARVALHO / O GLOBO
SÃO PAULO - Magra, cabelos compridos, short curto. M., 16 anos, abre o sorriso leve e ingênuo dos adolescentes quando perguntada se pode dar entrevista. Poderia ser uma das milhares de meninas que sonham com as passarelas. Mas não é. O relógio marca 1h de sexta-feira. M. é um garoto e está na calçada, numa das travessas da Avenida Indianópolis, conhecido ponto de prostituição de travestis e transexuais, escancarado em meio a casas de alto padrão do Planalto Paulista, na Zona Sul de São Paulo. A poucos passos, mais perto da esquina, está K., também de 16 anos.

— Sou muito feminina. Não tem como não ser mulher 24 horas por dia — diz K.
M. e K. são a ponta do novelo que transformou São Paulo num centro de tráfico de adolescentes nos últimos cinco anos. Meninos a partir de 14 anos são aliciados no Ceará, no Rio Grande do Norte e no Piauí e, aos poucos, são transformados em mulheres para se prostituírem nas ruas de São Paulo e em países da Europa. Misturados a travestis maiores de idade, eles são distribuídos em três pontos tradicionais de prostituição transexual em São Paulo: além da Indianópolis, são encaminhados para a região da Avenida Cruzeiro do Sul, na Zona Norte, e Avenida Industrial, em Santo André, no ABC paulista.
O primeiro contato é feito por meio de redes de relacionamento na internet. Uma simples busca por “casas de cafetina” leva os garotos a perfis de aliciadores, que são homens, mulheres e travestis. Após o primeiro contato, pedem que o adolescente encaminhe uma foto por e-mail, para que seja avaliado. Se for considerado interessante e “feminino”, eles têm a passagem paga pelos aliciadores. Ao chegar a São Paulo, passam a morar em repúblicas de transexuais e a serem transformados. Recebem inicialmente megahair e hormônios femininos. Quando começam a faturar mais com os programas nas ruas, vem a oferta de prótese de silicone nos seios. Os escolhidos para ir à Europa chegam a ser “transformados” em tempo recorde, apenas cinco meses, para não perder a temporada na zona do euro.
É fácil identificar os adolescentes recém-chegados. Além do corpo típico da idade, eles têm seios pequenos, produzidos por injeção de hormônios, e megahair. Testados inicialmente na periferia, os meninos são distribuídos nos pontos de prostituição de acordo com a aparência. Os considerados mais bonitos recebem investimento mais alto e vão trabalhar na área nobre da cidade. Na Avenida Indianópolis, recebem R$ 70 por um programa no drive in e R$ 100 se o programa for em motel. Nos outros dois endereços, o valor é bem mais baixo: entre R$ 30 e R$ 50 no drive in e R$ 70 a R$ 80 em motel.
Menores evitam ruas principais
Não faltam interessados. A partir de 17h, homens na faixa de 30 a 50 anos aproveitam o fim do expediente para, antes de seguir para casa, fazer programas rápidos com os transexuais na Indianópolis. Um furgão preto, com insulfilme, faz o transporte de vários transexuais. Mas, nesse horário de maior movimento, dificilmente os menores ficam à vista nas calçadas.
Por existirem há décadas, os pontos de prostituição de travestis são vistos com naturalidade pelos moradores de São Paulo. Afinal, se prostituir não é crime. Por isso, a rede criminosa se mistura aos transexuais mais antigos. Assim como eles recebem a proteção da Polícia Militar para não serem agredidos por grupos homofóbicos, os novos fios do novelo se entrelaçam, dando à rede de tráfico internacional de adolescentes o mesmo aparato de segurança e legalidade que é dado aos transexuais ditos “independentes”.
Em geral, os transexuais adolescentes ficam nas travessas, atrás dos grupos de maiores de idade, que ficam quase nus e são extremamente expansivos. Pacíficos, os dois grupos convivem bem com a vizinhança, exceto pelo constrangimento proporcionado pelos mais velhos (acima de 25 anos) sem roupa ou exibindo partes íntimas ou siliconadas.
Os adolescentes são mais discretos, menos siliconados e “montados”. A aparência de menina é mais natural. Os implantes de silicone nos seios são menores, num apelo direcionado aos pedófilos. Eles usam saias e shorts curtinhos, como M. e K., e podem ser facilmente confundidos com meninas.
Como na Indianópolis prostitutas e travestis dividem espaço, clientes são surpreendidos pela nova leva de jovens vindos de outros estados, de aparência cada vez menos óbvia.
Y., 19 anos, é um dos transexuais que fazem aumentar a confusão. Aos 15, foi levado a São Paulo pela rede de prostituição e pedofilia.
— A cafetina viu que eu era feminina e que ganharia muito dinheiro. Minha mãe assinou autorização para eu viajar, e vim de avião. Ficou preocupada, como toda mãe, mas deixou — conta.
Inicialmente, foi levado a trabalhar na Avenida Industrial, em Santo André, no ABC paulista. Pagava R$ 20 pela diária na república, sem almoço.
— Quem não tivesse os R$ 20 tinha de voltar para a rua, não entrava enquanto não conseguisse — diz ele.
Mesmo sem ter sido transformada, já chamava atenção. Logo começou a faturar R$ 250 por dia. Aos 16 anos, recebeu “financiamento” para colocar prótese de silicone no seio. O implante foi feito por cirurgião plástico. Custou R$ 4 mil, mas Y. teve de pagar R$ 8 mil à cafetina, pois não tinha dinheiro para quitar à vista.
Y. diz que aceitou porque queria ficar feminina logo. Neste mercado, os seios são vistos como principal atributo. Quanto mais aparência de mulher, mais os clientes pagam. Agora, a jovem mora sozinha num flat e paga seu aluguel. Diz que divide o espaço da avenida tranquilamente e já não deve nada a ninguém. Faz entre seis e 10 programas por noite, afirma, enquanto lança olhares às dezenas de carros que passam rente à calçada, não se sabe se por curiosidade ou atração fatal.


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sábado, 4 de fevereiro de 2012

La transexualidad no es una enfermedad


CLAVES DEL EROTISMO Y LA SEXUALIDAD EN LA PAREJA, SEXUALIDAD Y MACHISMO, Y NUEVOS PARADIGMAS DE LA HETEROSEXUALIDAD

La Habana, (PL).- La transexualidad no es una enfermedad mental, pero las personas transgénero padecen malestares y mucho sufrimiento y necesitan tratamientos hormonales y cirugías, coincidieron reconocidos especialistas de ocho países en el VI congreso de educación, orientación y terapia sexual en La Habana.

El VI congreso cubano de educación, orientación y terapia sexual fue inaugurado el lunes en La Habana y contó con la participación de reconocidos expertos de Estados Unidos, España, Bélgica, Ecuador, Venezuela, México, Colombia y Cuba. Transexualidad, machismo, masculinidades, violencia, VIH, familia, sexología clínica, disfunciones, adolescencia, juventud, sexo e internet, entre otras temáticas, conformaron la agenda de trabajo del evento que culmina este 26 de enero, con una jornada dedicada a la diversidad, y políticas sociales, y las sexualidades en un mundo cambiante.
Destacada fue la conferencia impartida por la psicoterapeuta de origen belga Esther Perel sobre erotismo y sexualidad en la pareja, así como la del experto español Oscar Guasch acerca del trabajo sexual masculino en el sur de Europa.
En el VI Congreso se analizó también el problema del abuso sexual infantil, que por lo general es una experiencia prolongada y no un hecho aislado. Estudios recientes del informe del estado mundial de la infancia, 2007 muestran que hasta el 2% de los niños en el mundo pueden haber sido víctimas de esa problemática.
Se trata de un fenómeno actual que ocurre en cualquier contexto y diferentes niveles educacionales de la familia de la víctima y el abusador. La mayoría de las veces sucede como resultado de dificultades en la comunicación y necesidades afectivas no resueltas de padres y madres con hijos e hijas, desconocimiento y falta de información de los progenitores acerca de la sexualidad de su descendencia, aseguraron los especialistas.
Es por ello que los participantes recomendaron preparar y divulgar información sobre abuso sexual para todos los grupos de edades, profesiones y oficios y fortalecer los equipos de trabajo multi e interdisciplinario que permitan el mejor seguimiento e integración de los casos.
De otra parte, Mariela Castro Espín, presidenta del evento, disertó sobre la educación sexual en los procesos de transformación social en la isla. Explicó que en Cuba desde etapas tempranas de la transición socialista se conformó un programa educativo nacional, en el que participaron organismos del Estado, instituciones sanitarias y sociedad civil.
Sin embargo, se debió pasar por un largo proceso, el cual inició bajo una concepción bionormativa centrada en las mujeres y su función reproductiva, hasta lograr incorporar paulatinamente una visión integral, basada en los derechos de todos. Es en 1996 que se crea el Programa Nacional de Educación Sexual en la escuela con enfoque de género: Por una educación sexual responsable y feliz; y en la actualidad se extiende a toda la nación.
La educación de la sexualidad desde los paradigmas emancipatorios frente a los modelos de dominación aprendidos nos sitúan ante un compromiso de expansión social que pondere los valores humanistas de solidaridad, igualdad y equidad social, resaltó Castro.
Erotismo y sexualidad en la pareja
Siempre se dice que los problemas en la sexualidad vienen de problemas relacionales, pero muchas parejas se aman y comunican bien, y se quejan de la falta de erotismo. Eso muestra que una buena intimidad no siempre garantiza una buena sexualidad, aseveró la psicoterapeuta Esther Perel, una de las investigadoras más respetadas en el mundo de la inteligencia erótica y docente de la Universidad de Nueva York.
La experta señaló que en la actualidad la pareja está llena de expectativas, muchas de ellas nunca antes puestas en una misma persona. Ocurre que buscamos que la pareja nos proporcione lo que antes nos daba todo un pueblo o la familia extendida: sentido a nuestra vida y un sentimiento de pertenencia, de continuidad, además de todas las cosas que esperamos del matrimonio, como el apoyo económico y constituir un núcleo familiar. Pero al mismo tiempo queremos sea nuestro mejor amigo, confidente y amante apasionado.
Son muchas cosas para una sola persona, manifestó Perel. Si buscamos en la relación romántica todo el sentido de seguridad que antes encontrábamos en la comunidad o la familia extendida, no vamos a tener la capacidad de dejar la distancia, el espacio que necesita el deseo para mantenerse. El fuego necesita aire y muchas parejas hoy no se dejan suficiente aire el uno al otro.
La pareja romántica siempre está hablando de estar juntos y confunde la intimidad con control y fusión. No obstante, la libertad no significa enamorarse de otro, es simplemente mantener la individualidad dentro de una relación estable, aclaró Perel.

Masculinidades, sexualidad y machismo
América Latina tiene una deuda con la lucha contra el machismo, un concepto que se define como una forma de mirar y construir la realidad, signada por formas concretas de pensar de la sociedad, aseguró Edgar Vega, especialista de la Universidad Andina Simón Bolivar de Quito.
El experto explicó a Prensa Latina que la sexualidad machista, marcada por las políticas ideológicas de las culturas es la preponderante en la región, y afecta de manera negativa tanto a las mujeres como a los propios hombres. Y es que la sexualidad es el campo más conflictivo de los seres humanos, donde se enraízan todas las discriminaciones, destacó.
En el machismo, la mujer y lo femenino tienen las de perder, y los hombres no podemos seguir viviendo al amparo de ciertas prerrogativas que nacen de matrices inequitativas, aseveró Vega. La masculinidad hoy se desmonta y apela a todos los aportes que ha hecho la feminidad a la humanidad, dígase el diálogo, la no violencia, soberanía del cuerpo, belleza. Todo ello puede estar acorde con la masculinidad, una apuesta por la vida y nuevas formas de convivencia, señaló Vega.
Prostitución masculina y heterosexualidad
El trabajo sexual entre varones en el sur de Europa dejó atrás los espacios callejeros y hoy habita la Internet y las redes sociales, aseguró Oscar Guasch, antropólogo de la Universidad de Barcelona, España. Tras analizar la evolución de la prostitución masculina -algo que él define mejor como trabajo sexual entre hombres- en países como Italia, Grecia y Portugal en los últimos años, Guasch considera que el problema no es la homosexualidad, sino la homofobia. El experto explicó a Prensa Latina que esas naciones, además de España, son homófobas, aunque las leyes no persigan las relaciones sexuales entre varones.
Describió las fases por las que considera ha pasado la homosexualidad, período “pregay”, condicionado a los espacios públicos y socialmente visible, modelo “gay”, de los años 80, donde se institucionaliza esa práctica, se crean espacios específicos para encuentros, y se pasa de la vergüenza al orgullo. Y por último la era “post gay”, influida por las nuevas tecnologías de la comunicación, que transforman las maneras para el encuentro y la socialización, pero donde todavía existe la homofobia, aunque de modo más sutil.
En otro momento de la conversación se refirió a la heterosexualidad, definición que considera no como orientación sexual, sino, una forma de relacionarse con otras personas organizadas en torno al mito del amor romántico, de la pareja estable mutuamente fiel. Este concepto, propio de la sociología, no coincide, sin embargo, con lo que establecen psicólogos, psiquiatras y médicos, quienes sí la consideran una orientación sexual.
La heterosexualidad nace en el siglo 19, con la Revolución Industrial, cambia en el 20, y ya en el 21, con la sociedad del conocimiento está más disgregada, pero es importante no pensarla como lo hacen los médicos sino, establecerla como una forma de vida o como un estilo emocional. Esta es una perspectiva distinta, una mirada distinta desde la sociología, aseveró. Existe el amor entre varones y el amor entre mujeres, parejas de este tipo en los que valen las mismas características de la heterosexualidad, aseveró el experto, autor de tres libros colectivos sobre sexualidad y de otros tres sobre género.
Nuevos paradigmas de la transexualidad
Reconocidos especialistas estadounidenses participaron en un simposio sobre transexualidad durante la jornada inaugural del VI congreso cubano de educación, orientación y terapia sexual. Nuevos paradigmas, estándares y cuidados, leyes y políticas públicas, así como la visión de la Asociación Mundial de Profesionales para la Salud Trans (WPATH), fueron algunos de los aspectos presentados en un panel moderado por el especialista cubano Alberto Roque, del Centro Nacional de Educación Sexual (Cenesex).
Los científicos coincidieron en que la no conformidad de género no es algo patológico, y resaltaron la importancia de un adecuado acceso a la atención de la terapia hormonal y la cirugía.
Los nuevos estándares muestran el importante papel que las personas transexuales y transgénero han jugado en el cambio del panorama de la salud de este grupo poblacional en algunos países. De ahí que se necesita educar a la población, sobre todo a los profesionales que participan en la elaboración de los manuales de clasificación, para retirar este problema de la lista de trastornos mentales, y evitar que las personas transgénero sufran estigma y discriminación, planteó la presidenta de la WPATH Lin Fraser.
La WPATH, una organización global con sede en Estados Unidos, trabaja con personas transexuales desde los años 60, y tiene la responsabilidad de favorecer la terapia necesaria a cada individuo que así lo requiera, aseveró Fraser. En los años 60, la mayoría de ellos hacía una transición de un sexo a otro, basado en un sistema binario de interpretar el género masculino o femenino. Pero aprendimos que muchas personas no deseaban esa transición hacia el otro género, aprendimos que hay expresiones de género dentro de un espectro entre los dos polos binarios, y existen características diagnósticas, explicó Fraser.
La especialista destacó el trabajo que realiza Cuba en tal sentido, en particular el Centro Nacional de Educación Sexual (Cenesex). La isla realizó grandes progresos en esa área, al igual que Argentina. Refirió su interés por ampliar el intercambio y colaboración con la nación cubana, y espera que pronto el país pueda pertenecer a la WPATH, aunque existen algunas dificultades para ello, debido al bloqueo de Estados Unidos hacia Cuba.

sábado, 29 de outubro de 2011

João W. Nery por ele mesmo


sexta-feira, 28 de outubro de 2011 | 11:52 | 4 Comentários

Depois de 34 anos da cirurgia, me tornei um transhomem feminino, no sentido do que está palavra pode trazer de tudo de sensível e belo da nossa cultura. Mais que um anti-machista, continuo me permitindo o que muitos homens hetero ainda não conseguem.


Veja comparação:

Operei-me em 1977, quando as cirurgias eram proibidas e consideradas “mutilação do humano”. Nem na Justiça poderia entrar porque os próprios juízes desconheciam o que era a “transexualidade”. Com os novos documentos que eu próprio tirei, para poder me articular na sociedade, perdi meu histórico escolar. Deixei de ser psicólogo, professor universitário, mestrando, fechei meu consultório e passei a ser um analfabeto.Teria que fazer supletivo do primeiro grau. Para sobreviver acabei sendo pedreiro, vendedor, massagista de shiatsu, artesão, chofer de taxi, etc e acabei escritor.

Aos 37 anos me torno pai não biológico da gravidez da minha mulher. Experiência única e que hoje me sinto extremamente gratificado. Tenho um filho de 24 anos que acaba de se formar engenheiro e que optou por ser hetero. Aos 13 anos contei-lhe a minha história e hoje não temos mais segredos. Somos amigos e confidentes.

Casei 4 vezes em relacionamentos apaixonados e duradouros. Hoje estou a 15 anos com a mesma mulher, numa relação madura e companheira.

Quando eu nasci em 1950 é que foi criado o termo transexualismo, desconhecido no Brasil. Também não me sentia um homossexual e sabia que não era um caso de intersexo. Vivi por quase 10 anos uma dupla identidade social, Era mulher na família, na faculdade e trabalho e homem com os desconhecidos.

Hoje, como transexual masculino ou transhomem sou pela DSM  IV (Manual Diagnóstico e Estatístico das Desordens Mentais) um desordenado na minha identidade de gênero. A Medicina me considera um doente mental, cuja cura não está na terapia (já que esta é comprovadamente inoperante para os trans) mas no físico, na cirurgia transgenital. Desconhecem que há trans que não querem se operar ou que se tornaram trans-homo, trans-bi, etc.



A França foi o primeiro país a despatologizar o transexualismo, mas ainda não deu respaldo para efetivar que os trans tenham acesso a todos os seus direitos civis, como freqüentar banheiros públicos se só existem os femininos ou masculinos, muitas vezes sem reservados (na Austrália já começaram a experimentar um terceiro tipo). Em que enfermaria seremos socorridos se só há “patinhos” e “comadres”?

Não terminei as cirurgias de redesignação sexual, como faz a maioria, por serem ainda terem um resultado muito precário. A partir de 1997 tornaram-se legais e gratuitas pelo SUS, mas para F to M (fêmea para macho) são ainda consideradas “experimentais”.

Hoje aos 61 anos me tornei um cara tranqüilo e aprendi a me bastar com o que tenho. E satisfeito comigo Continuo uma cobaia da ciência, na medida que entro na menopausa aos 27 anos e em vez de estrogênio, tomo testosterona. Nenhum médico pode me afiançar o que acontecerá comigo. Não há ainda tempo hábil para uma avaliação estatística, Só sabem que a testosterona me evita a osteoporose e aumenta meu colesterol e só desconfiam que ela possa ser a responsável pelo reumatismo sistêmico que me toma. Brinco, dizendo que economizei cirurgias para gastá-las agora na velhice. Botei 3 próteses (uma na coluna e duas no quadril, o que me rendeu, 20 dias depois, também um infarto em setembro último).

Enfrento agora este segundo inimigo, a que todos nós estamos sujeitos: a velhice, que prá mim novamente, torna meu corpo um obstáculo em vez de um instrumento do desejo, mas com o consolo que ainda estou vivo.

Resolvi escrever então um livro autobiográfico - “Viagem Solitária”, Ed. Leya,  não só para descurtinar o que é o desencontro da identidade sexual com a anatonia corporal, como para desmistificar alguns valores que a nossa cultura coloca como categóricos, quase “naturais”. E para ter crédito, resolvi sair do “armário”. 

Mostrar a cara na mídia
Não tenho mais dúvidas de que ser “homem” não é ter um pênis ou mais que isso, não é ter uma configuração masculina, o mesmo valendo para a “mulher”. Sexo e gênero são coisas bem distintas, quase mesmo “imaginários” sociais.

Minha luta hoje é contra o heterocentrismo, esse binarismo onde só existe homem e mulher. Muitos ainda não querem ver a multiplicidade de corpos, de transidentidades sexuais, quase infinitas, que existem. Seríamos os “queer”,os “híbridos”, os trangêneros, que transcedem os valores e esquemas padronizados dentro de rótulos hoje aceitos. E por sermos múltiplos, enriquecemos e ameaçamos às sociedades patriarcais, pautadas nos  cisgêneros (do latim cis = do mesmo lado) aqueles cujaidentidade de gênero está em consonância com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer, os ditos normais - os heterossexuais.

A luta tem que continuar e avançamos lentamente, mas ainda falta muito para conserguirmos pelo menos a  aprovação do PLS 612/11, que está em tramitação na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), que altera o Código Civil e modifica interpretações que impedem a transformação da união estável em casamento. 

Veja toda Entrevista feita recentemente no De Frente com Gabi:

Entrevista com João W. Nery - Parte 1


Entrevista com João W. Nery - Parte 2


Entrevista com João W. Nery - Parte 3


Entrevista com João W. Nery - Parte 4

domingo, 2 de outubro de 2011

Oficina sobre sexualidade e doenças crônicas em Cuba






Havana, 1 out (Prensa Latina) Especialistas cubanos debateram nesta semana sobre sexualidade e doenças crônicas em uma Oficina que ratificou os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), direcionados a resolver alguns dos problemas sociais mais urgentes de nosso tempo.

  O evento se realizou no Centro Nacional de Educação Sexual (Cenesex), e o mesmo serviu de base para a seleção de trabalhos a apresentar em VI Congresso Cubano de Educação, Orientação e Terapia Sexual previsto para os dias 23 ao 26 de janeiro de 2012.

Disfunções , direitos sexuais, sexualidade e câncer, estratégias de prevenção para afecções de transmissão sexual e HIV/sida, transtornos mentais, reprodução, trans-sexualidade e cirurgias de adequação genital, entre outros temas, foram inseridos na agenda científica do fórum.

Conferências, painéis, simpósios e mesas de discussão ocuparam aos participantes à reunião, convocada pela Comissão Provincial de Educação Sexual, o Centro Nacional de Educação Sexual (CENESEX) e a Sociedade Cubana Multidisciplinares para o Estudo da Sexualidade (SOCUMES).

Respeitante ao próximo congresso, transcendeu aqui que terá lugar no Palácio de Convenções da Havana sob o lema A educação sexual nos processos de transformação social .

Paralelamente, se desenvolverão o II Colóquio Trans-identidades, gênero e cultura, a IV Oficina metodológico das Cátedras de Sexologia e Educação da Sexualidade, o II Simpósio de Sexologia clínica e o I Consenso de Doenças crônicas e Disfunções sexuais.

mmd/mem/vm
http://www.prensa-latina.cu/index.php?option=com_content&task=view&id=349145&Itemid=1

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ministério britânico estuda passaportes sem gênero sexual

9/09/2011 - 13h10


Por Alice Baghdjian Em Londres
 A Grã-Bretanha pode introduzir uma terceira categoria de gênero aos passaportes britânicos, permitindo aos cidadãos de sexo indeterminado optar por algo além da identificação padrão de homem ou mulher, disse uma autoridade do ministério do Interior na segunda-feira.
Sob as propostas em estudo, quem tiver sexo indeterminado poderia usar um "X" para indicar seu gênero no passaporte, em vez de um "M" ou um "F."
"O IPS está considerando as opções de gênero disponíveis no passaporte britânico", disse um porta-voz do Serviço de Identificação e Passaporte (IPS, na sigla em inglês) em um comunicado.
"Estamos explorando com parceiros internacionais e as partes interessadas as implicações de segurança de o gênero não ser exibido no passaporte. Essa discussão ainda está em estágio inicial e nenhuma decisão foi tomada. Quaisquer mudanças para o passaporte britânico precisariam satisfazer nossas rigorosas exigências de segurança," disse.
A lei atual exige que transexuais decidam a que gênero pertencem, que pode não coincidir com o adotado pelo detentor do passaporte na prática. Os que se submetem a cirurgias para mudança de sexo só podem mudar o gênero em seu passaporte depois que o processo de mudança de sexo é completado.
Simpatizantes dizem que as mudanças no sistema ajudarão a comunidade de transexuais e intersexuais a evitar situações constrangedoras em controle de passaportes no caso de sua aparência não ser a mesma do gênero estipulado no documento.