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terça-feira, 9 de julho de 2013

Egípcias enfrentam onda de ataques sexuais durante manifestações

09/07/2013 - 16h38

DA BBC BRASIL

Ao observar a multidão de manifestantes na Praça Tahrir, centro do Cairo, é possível notar algo diferente: no meio do protesto há um círculo rodeado por um corredor onde não há ninguém, exceto alguns homens vestidos de amarelo.
O círculo é formado por mulheres e, no corredor, os homens são guardas voluntários dispostos a proteger as manifestantes. Os homens do outro lado do corredor, os primeiros antes da grande massa masculina que participa da manifestação, também ajudam a isolar as mulheres.
Os guardas voluntários são necessários pois, para as mulheres do Egito, protestar pode ser arriscado: entre o dia 28 de junho, quando a última onda de protestos começou, e o dia 3 de julho, dia do golpe contra o presidente Mohammed Mursi, foram registrados 180 casos de ataques sexuais, segundo números da Anistia Internacional.
"Calculamos que são mais de 200 agora, sem incluir os muitos que não são registrados", afirmou à BBC Mundo Diana Eltahawy, investigadora da Anistia Internacional no Cairo.
O problema do abuso sexual não é novidade no Egito. "O que mudou foi o nível de violência mostrado", acrescentou Eltahawy.
RAPIDEZ
Hanan Razek, jornalista da BBC e autora do documentário "Mulheres na Praça Tahrir", explica que esses ataques sexuais e estupros são fenômenos relativamente novos. Ela diz que, na primeira revolução, que levou à queda do presidente Hosni Mubarak em fevereiro de 2011, não se viram tais incidentes.
Segundo a jornalista, a primeira vez que viu um círculo para proteger as mulheres em aglomerações no Egito foi em novembro de 2011, "após surgirem os primeiros casos de ataques sexuais em massa nos protestos".
O correspondente da BBC no país Aleem Maqbool afirma que há vídeos na internet que mostram como dezenas de homens de repente fazem um círculo em volta das mulheres durante manifestações e as levam, no meio da multidão, enquanto elas são tocadas e atacadas.
"Nunca imaginei o que me fariam em apenas alguns minutos. Fizeram um círculo fechado ao meu redor. Começaram a tocar cada parte de meu corpo, a violar cada parte de meu corpo. Estava tão traumatizada que só conseguia gritar. Não podia falar nem pedir ajuda, apenas gritar", afirmou Hania Moheeb, vítima de ataque em um vídeo gravado pela ONG internacional de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch.
"Se aproveitaram que eu estava no chão, me pegaram, me viraram, colocaram minhas pernas para cima e me estupraram como quiseram", relatou Yasmine El-Baramawy, outra vítima, no mesmo vídeo.
Segundo a analista da Anistia Internacional, no meio do caos é difícil saber quem está tentando salvar a vítima e quem está atacando.
"Todo mundo estava me agarrando, fingindo querer me tirar da multidão, mas na verdade estavam me atacando", disse Shorouk Al Attar há algumas semanas à BBC.
Shorouk foi vítima de um destes ataques junto com a irmã perto da praça Tahrir durante um protesto em 2012.
'NÃO SE PODE EVITAR'
Aleem Maqbool afirma que, nos últimos anos, as mulheres egípcias se acostumaram a ser vítimas de violência sexual, principalmente quando há grandes aglomerações. O feriado do Eid (festa religiosa muçulmana) é uma das mais perigosas.
"Agora parece que os grandes protestos na praça Tahrir, coração da revolução egípcia, se transformaram em uma grande fonte de atração para alguns jovens e meninos egípcios que querem olhar com lascívia, perserguir e até atacar sexualmente as mulheres", disse o correspondente.
"Se está aqui e vê uma menina vestida de forma indecente, o que vai fazer? Não se pode evitar", disse a Maqbool um jovem que estava na praça com outros jovens.
"Estamos deprimidos, não encontramos trabalho e nem temos dinheiro, o que você espera?", questionou outro.
Vários dos jovens com quem a BBC conversou confessaram que iam para a praça olhar as mulheres. E, apesar de não admitirem envolvimento em ataques graves, a atitude demonstra que eles não consideram a violência contra as mulheres um problema, e os estupros são até motivo de piadas.
Outros setores da sociedade egípcia suspeitam que, além do problema social que existe há tempos no Egito a respeito do abuso sexual de mulheres, alguns dos ataques na praça Tahrir visam gerar terror no país.
Segundo Maqbool, a ideia de que a Irmandade Muçulmana promoveu os estupros para evitar que as mulheres participem dos protestos é popular entre alguns ativistas e grupos de apoio a mulheres.
Mas não há provas, e a acusação foi negada pelo partido.
OS HOMENS DE AMARELO
Diante deste vácuo de segurança surgiram os grupos de guardas voluntários, como os homens de amarelo que cercam as mulheres na praça Tahrir.
Um destes homens é da organização chamada Operação contra Ataques Sexuais, que teve um papel crucial na denúncia dos casos de agressão, na proteção das manifestantes e no apoio às vítimas.
A organização também usa sua página no Facebook para alertar as mulheres sobre áreas perigosas e possíveis estupros.
Mas o que os voluntários pode fazer é limitado.
"O respeito e o medo das forças de segurança diminuiu desde a revolução, e é difícil imaginar como as mulheres poderiam estar livres do estupro em meio a uma grande multidão", afirmou Maqbool.
À medida que os protestos continuam no Egito, muitas mulheres procuram áreas onde podem se manifestar ou celebrar com mais segurança. Os arredores do palácio presidencial, onde há mais vigilância, é uma alternativa.
Mas, independentemente de quem são os estupradores e dos fatores sociais ou políticos que podem motivar estes ataques, segundo Maqbool "está claro que o tema dos abusos sexuais não está sendo levado em conta com a gravidade que merece, nem por políticos, nem pelos funcionários de segurança e nem pela sociedade egípcia em geral".
http://www1.folha.uol.com.br/bbc/2013/07/1308001-egipcias-enfrentam-onda-de-ataques-sexuais-durante-manifestacoes.shtml

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Mulher relata estupro por pensamento e Polícia de SP registra a ocorrência

A Polícia Civil de São Paulo registrou um boletim de ocorrência de uma mulher que afirmou ter sido estuprada “por pensamento” por dois homens
Policiais da 3ª Delegacia de Defesa da Mulher, na Zona Oeste da capital paulista, pediram um exame psicológico da suposta vítima ao Instituto Médico-Legal (IML).

O caso ocorreu em 18 de maio deste ano, mas só foi revelado publicamente nesta semana depois de o documento vazar na internet e gerar polêmica nas redes sociais.

Foram feitos comentários favoráveis e contrários à elaboração da queixa pela polícia.

A assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública foi procurada para comentar o assunto. A secretaria foi questionada sobre qual foi a conclusão do boletim de ocorrência, se a mulher realizou o exame e qual o seu resultado e onde ela se encontra atualmente.

Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, “a delegada Luciana Martin de Oliveira Souza, titular da DDM, disse que em setembro de 2010 havia sido instaurado inquérito atendendo ofício do MP pedindo apuração dos fatos, que o inquérito foi relatado ao fórum central em abril deste ano e que a mulher não voltou com exame e não tem informações sobre o seu paradeiro”.

Cópia do boletim mostra que a suposta vítima voltou a procurar a delegacia, que fica no Jaguaré, por volta das 17h do dia 18 de maio. Lá, relatou a uma escrivã e a uma delegada ter sido violentada por dois homens que usaram a força da mente para abusar sexualmente dela sem tocá-la.

O relato da dona de casa está em três páginas do documento, registrado como “Boletim de Ocorrência de Autoria Conhecida”. Nele, estão os nomes da “declarante” e das “partes” (dois homens).

Os nomes dos envolvidos foram suprimidos nos colchetes pela equipe de reportagem.

“Comparece a declarante noticiando que desde o dia seis do mês de junho do ano de 2010 vem sendo estuprada por pensamento por [...] e [...], ora partes”, escreveram no histórico do boletim as policiais que ouviram o depoimento da mulher, uma dona de casa de 39 anos, separada, que mora no bairro do Rio Pequeno.

“A declarante alega que desde que conheceu [...], este lhe concentra (a declarante chama a relação sexual por pensamento de concentração). Declara que [...] mentaliza e possui o poder de lhe forçar ao ato sexual por pensamento sem lhe tocar”, informa a ocorrência.


Sem carinho

Em outros trechos do boletim, a mulher contou que os supostos agressores mentais “não usam preservativo” e que o ato sexual lhe causa dores nos órgãos sexuais, pois “é cometido mediante violência e nenhuma das partes envolvidas é carinhosa durante as concentrações”.

Também há relatos que, segundo ela, as relações sexuais eram por pensamento, informando que os homens se revezavam e um deles “arrancava a sua roupa” e que “sempre tomava remédios, para não engravidar por pensamento”.

A mulher também afirmou que já fez outros boletins de ocorrência para relatar o mesmo fato e que chegou a procurar a Polícia Federal, que lhe orientou a ir para uma delegacia especializada.

Em seu depoimento, a suposta vítima ainda pede a prisão dos “concentradores” porque “pretende se dedicar a um convento, visto que se cansou do ato sexual e deseja se tornar freira”.

Ela também solicitou que um investigador morasse com ela para ela se sentir mais segura.

Após essa afirmação da mulher, os policiais escreveram na terceira página do boletim que foi “requisitado I.M.L / Psicológico para a declarante. Declaro que mediante Requisição do Ministério Público, já foi instaurado por esta especializada Inquérito Policial sob o nº 388/2010 para cabal apuração dos fatos”.

A assessoria de imprensa do Ministério Público de São Paulo não foi localizada para comentar o assunto.


‘Velha louca’

Ainda na última página do boletim, escrivão e delegado relatam que procuraram o filho e o irmão da mulher. O adolescente de 15 anos chama a mãe de “velha louca” e pergunta: “Será que vocês não percebem?”. O irmão contou que a dona de casa é sua irmã adotiva e que sempre teve problemas.

“Ela é minha irmã adotiva, vivia com meu pai e ele faleceu no ano retrasado. Eu não tenho contato com ela e não quero ter contato. Ela é meio estranha. Há mais de 20 anos eu não convivo com ela. Ela deve ter problema psicológico”, disse o comerciante Iginio Gonzales Gestoso, de 59 anos, por telefone. Questionado se sabe onde a irmã está, ele informou: “Não sei e não quero saber”.

As associações dos delegados e dos escrivães da Polícia Civil de São Paulo foram procuradas para opinar sobre o caso.

“Só quem faz um plantão sabe as agruras de um plantão. É um pronto-socorro social. Seria leviana de fazer análise. Boletim não criminal não gera nenhum efeito. O destino é o arquivo. Talvez tenha sido feito para preservar as pessoas acusadas. Tem que dar uma resposta imediata. É muito relativo, precisa de cautela antes de se fazer juízo de valor”, disse a delegada Marilda Pasonato, presidente da Associação de Delegados da Polícia Civil de São Paulo.

“Em 41 anos nunca vi isso. Eu não registraria, mas o escrivão só faz aquilo que o delegado pede”, disse o escrivão Oscar de Miranda, presidente da Associação dos Escrivães da Polícia Civil de São Paulo.


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Caso de estupro expõe drama de meninas sequestradas na Índia


Natalia Antelava


A comoção causada pela morte de uma estudante estuprada em um ônibus em Nova Déli está levando a Índia a fazer um exame de consciência sobre a forma como a mulher é tratada no país. E, nesse processo, um dos problemas mais chocantes a vir à tona diz respeito aos casos de sequestro, tráfico e escravidão de meninas no país.

Todos os anos, dezenas de milhares de meninas indianas desaparecem de suas casas.
Elas são sequestradas e vendidas para trabalhar como prostitutas, escravas domésticas e, cada vez mais, para se casar no Norte do país, onde a diferença entre a população masculina e feminina é grande em função de outro grave problema: o aborto de fetos do sexo feminino, que levou de 25 a 50 milhões de mulheres a "sumirem" das estatísticas demográficas indianas, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, o Unicef.
Uma das vítimas desse crime, Rukhsana varria o chão quando a polícia chegou na casa em que vivia há cerca de um ano. "Quantos anos você tem? Como chegou aqui?", perguntaram.

"Quatorze", respondeu a menina, magra e de olhos arregalados. "Fui sequestrada."

Uma mulher mais velha tentou convencer os policiais que Rukhsana mentia - e que teria 18 anos e estava na casa com o consentimento de seus pais. Mas, por fim, a menina foi levada de volta para casa, perto da fronteira da Índia com Bangladesh.

Indianos protestam contra estupro coletivo em Nova Déli

Foto 118 de 118 - 8.jan.2013 - Ativistas montam memorial em homenagem à universitária de 23 ano,s vítima de um estupro coletivo, que morreu no hospital dia 28 de dezembro, em Nova Déli, na Índia. Os cincos acusados pelo crime compareceram à primeira audiência do caso nesta segunda-feira (7), para ouvirem as acusações de estupro e homicídio Mais Raveendran/AFP
Rukhsana conta que foi sequestrada por três homens quando tinha 13 anos, no caminho de casa para a escola: "Eles me mostraram uma faca e disseram que me cortariam em pedaços se eu resistisse."

Depois de uma viagem de três dias em carro, ônibus e trens, o grupo chegou a uma casa no norte do estado indiano de Haryana e Rukhsana foi vendida para uma família com três filhos homens.

Por um ano, a menina não foi autorizada a sair de casa. Ela conta que foi humilhada, espancada e estuprada frequentemente pelo mais velho dos três filhos, que dizia ser seu "marido".

"Ele me dizia: 'Eu te comprei, para que você faça o que eu digo'", lembra Rukhsana. "Pensei que nunca veria minha família de novo. Chorava todos os dias."

Falta de mulheres

Apesar de não haver estatísticas oficiais sobre quantas meninas são vendidas para casamento na Índia, ativistas de defesa dos direitos humanos acreditam que o problema está crescendo, impulsionado pela procura de mulheres nos Estados ricos do norte e pela pobreza em outras partes da Índia.
 
"Nós não temos meninas suficientes aqui. E eu paguei um bom dinheiro por ela", dizia a mulher que comprou Rukhsana, tentando convencer a polícia a não levá-la de volta para casa.

"No norte da Índia, homens jovens não estão conseguindo encontrar mulheres e estão frustrados", afirma o ativista Rishi Kant, da organização Shakti Vahini, que colabora com a polícia para resgatar vítimas.

Em apenas um distrito no Estado de Bengali Ocidental, a BBC visitou cinco aldeias e todas tinham crianças desaparecidas, a maioria delas do sexo feminino.

De acordo com as últimas estatísticas oficiais, 35.000 meninas desapareceram na Índia em 2011 - sendo mais de 11.000 de Bengali Ocidental. Além disso, a polícia estima que apenas 30% dos casos vieram a ser notificados.

O problema do tráfico escalou na região depois que um ciclone destruiu suas plantações de arroz, há cinco anos.

O agricultor Bimal Singh, por exemplo, foi um dos milhares de habitantes do Estado que ficaram sem renda, por isso ele achou que foi uma boa notícia quando um vizinho ofereceu à sua filha Bisanti, de 16 anos, um emprego em Nova Déli.

"Ela entrou no trem para partir e me disse: 'Pai, não se preocupe comigo, eu vou voltar com dinheiro suficiente para que você possa me casar", conta Bimal. Mas o agricultor nunca mais ouviu falar da filha.

"A polícia não tem feito nada por nós. Uma vez eles bateram na porta do traficante, mas não o prenderam" , diz Singh.

Traficante

Em uma favela de Calcutá, um homem que vende meninas para viver fala sem remorsos sobre esse comércio, sob condição de anonimato.

"A demanda está aumentando, o que tem me permitido ganhar muito dinheiro. Já comprei três casas em Nova Déli", diz.

"Tenho homens que trabalham para mim. Dizemos aos pais das meninas que vamos encontrar empregos para elas em Nova Déli, então a levamos para as agências. O que acontece depois disso não é da minha conta."

O traficante conta que sequestra e vende de 150 a 200 meninas por ano, com idades entre 10 e 17 anos. Com a venda de cada menina, consegue cerca de 55 mil rúpias (R$ 2.049). O apoio de alguns políticos locais e da polícia, segundo ele, são cruciais para a continuidade do negócio.

"A polícia está bem consciente do que fazemos. Subornamos policiais em cada Estado - Calcutá, Nova Deli e Haryana", afirma o traficante.

"Já tive problemas com as autoridades, mas não tenho medo - se for para a cadeia, tenho dinheiro para pagar suborno e garantir minha saída."

O chefe da Unidade de Investigação Criminal encarregada das operações contra o tráfico humano em Bengali Ocidental, Shankar Chakraborty, reconhece o problema da corrupção policial, mas diz que ao menos sua unidade está totalmente empenhada em combater o sequestro de meninas na região.

"Estamos organizando campos de treinamento e campanhas de conscientização. Também recuperamos muitas meninas, de diferentes áreas do país", diz.

Segundo Chakraborty, a própria existência de sua unidade mostra a crescente determinação do governo em atacar o problema. E ativistas confirmam que a polícia está mais consciente do problema.

Hoje, todas as delegacias de Bengali Ocidental têm uma autoridade antitráfico. Mas o número de casos é impressionante e os recursos para investigá-los, escassos.

"Não adianta fazer reformas só na polícia", diz Rishi Kant. "Precisamos de mais políticas sociais e um sistema judiciário que funcione."

Justiça e atitudes

Kant defende a criação de tribunais especiais que possam tomar decisões com rapidez para lidar com os casos de tráfico de meninas e novas regras para evitar que os acusados possam responder em liberdade por este crime após pagar uma fiança.

Ativistas como ele também ressaltam a urgência de uma mudança de atitude.

Duas semanas antes do estupro em Nova Déli, um grupo de influentes anciãos da aldeia Haryana se reuniram para discutir temas como estupros, abortos ilegais e leis de casamento.

Ao falar sobre o aumento "alarmante" nos casos de abusos sexuais na região, um orador disse: "Você já viu como as meninas andam de scooter de forma sugestiva? Não há mais decência na forma como as mulheres se vestem ou agem hoje em dia."

O discurso de outro homem sobre as causas do grande número de abortos de fetos do sexo feminino também mostra a necessidade de uma mudança de atitude.

"A sociedade está cada vez mais educada e o nossas meninas agora estão escapando (do domínio dos pais). Elas trazem vergonha para seus próprios pais - então quem vai querer ter uma menina?" , perguntou.

Na mesma região em que o encontro de anciãos ocorreu vive Rupa, uma mulher de 25 anos que foi traficada de Bihar para Haryana para se casar com um homem local.

A família de seu marido a forçou a ter dois abortos até que ela finalmente ficou grávida de um menino.

A violência que sofreu nos últimos anos é apenas um entre milhares de casos que mostram que na Índia o ciclo de abusos continua.


http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2013/01/09/caso-de-estupro-expoe-drama-de-meninas-sequestradas-na-india.htm

domingo, 30 de dezembro de 2012

Estagiária de direito morre após suposto estupro em SP


30/12/2012 - 05h00

DE SÃO PAULO

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A polícia de São Paulo investiga a morte de uma estudante de direito da PUC, de 21 anos, que caiu do sétimo andar do prédio onde morava, no Morumbi (zona oeste).
Uma das suspeitas é que a jovem, Viviane Alves Guimarães Wahbe, tenha se matado uma semana após ter sido drogada e estuprada numa festa de fim de ano com colegas de trabalho.
Ela estagiava no escritório de advocacia Machado Meyer, um dos maiores do país.
O escritório lamenta a morte. Em nota, disse que, em respeito à memória da jovem, não iria se manifestar.
A morte, no dia 3, foi confirmada pela Secretaria da Segurança na sexta-feira.
A polícia trata o caso como "morte suspeita". A família de Viviane disse aos policiais que ela não tinha problema familiar, mas passou a ficar transtornada desde a festa, no dia 24 de novembro.
Viviane disse à família que, na festa, tomou duas taças de champanhe e, depois, não se lembrava de quase nada --só teve flashes nos quais dizia ter sido estuprada.
No quarto dela, a polícia informou ter achado um texto com trechos como "me drogaram" e "me estupraram".
A polícia não deu detalhes da investigação --disse que espera por laudos para saber se a jovem foi drogada e/ou estuprada. A família de Viviane não comentou o caso.
OUTRO LADO
O escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados informou, por meio de uma nota, que "lamenta profundamente o ocorrido e já está contribuindo para o entendimento do caso".
Acrescentou que, "em respeito à memória de Viviane, o escritório não se manifestará sobre o fato".(ROGÉRIO PAGNAN, ESTÊVÃO BERTONI E JÚLIA BOARINI)
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1208114-estagiaria-de-direito-morre-apos-suposto-estupro-em-sp.shtml

Por que a Índia trata tão mal suas mulheres?


30/12/2012

  • Sajjad Hussain/AFP
    Protesto pacífico em Nova Déli, na Índia, contra a violência sexual, após a morte de estudante vítima de estupro coletivo
    Protesto pacífico em Nova Déli, na Índia, contra a violência sexual, após a morte de estudante vítima de estupro coletivo
Muitos a chamaram de "coração valente" ou "filha da Índia". Mais do que motivar uma onda de orações e protestos em todo o país, a estudante de 23 anos morta no sábado após ser estuprada por seis homens em um ônibus em Nova Déli fez o país se perguntar: "Por que a Índia trata tão mal as suas mulheres?".

No país, não são raros os casos de aborto de fetos femininos, assim como os de assassinato de meninas recém-nascidas. A prática levou a um assombroso desequilíbrio númerico entre gêneros no país.

As que sobrevivem enfrentam discriminação, preconceito, violência e negligência ao longo da vida, sejam solteiras ou casadas.

TrustLaw, uma organização vinculada à fundação Thomson Reuters, qualificou a Índia como o pior lugar para se nascer mulher em todo o mundo.

E isso se dá em um país no qual a líder do partido do governo, a presidente da Câmara de Deputados, três importantes ministras e muitos ícones dos esportes e dos negócios são mulheres.

Crimes em alta

Apesar do papel mais importante desempenhado pelas mulheres no país, crimes de gênero estão em alta na Índia. Em 2011 foram registrados 24 mil casos de estrupo - 17% só na capital, Nova Déli. O número é 9,2% maior do que no ano anterior.

Segundo os registros policiais, em 94% dos casos os agressores conheciam as vítimas. Um terço desses eram vizinhos. Parte considerável era de familiares.

E não se tratam apenas de estupros. Segundo a policía, o número de sequestros de mulheres aumentou 19,4% em 2011 (em relação ao ano anterior). O aumento dos casos assassinato foi de 2,7%, nos de torturas, 5,4%, nos de assédio sexual, 5,8%, e nos de violência física, 122%.

Discriminação mortal

Segundo Amartya Sen, prêmio Nobel de Economia de 1998, mais de 100 milhões de mulheres desapareceram ou foram mortas em todo o mundo vítimas da discriminação.

De acordo com os cálculos dos economistas Siwan Anderson e Debraj Ray, mais de dois milhões de indianas morrem a cada ano: cerca de 12% ao nascer, 25% na infancia, 18% em idade reprodutiva e 45% já adultas.

O estudo mostrou que mais mulheres morrem na Índia por ferimentos do que por complicações no parto. E esses ferimentos seriam um indicador da violência de gênero.

Outro dado estarrecedor é o de 100 mil mulheres mortas por queimaduras. Segundo os dois economistas, boa parte delas são vítimas de violência relacionada ao pagamento de dotes matrimoniais. Não raro, os agressores queimam as mulheres.

Sociedade patriarcal

Para os analistas, é preciso uma mudança estrutural nas atitudes da sociedade para que as mulheres sejam mais aceitas e tenham mais segurança na Índia.

O preconceito de gênero é reflexo de uma sociedade de tradição patriarcal, ainda mais forte no norte do país.

Para os manifestantes que saíram às ruas após o estupro da jovem estudante de medicina, os políticos, inclusive o primeiro-ministro Manmohan Singh, não são sinceros quando prometem leis mais duras contra a violência de gênero.

Eles ainda questionam o fato de que 27 candidatos nas últimas eleições regionais eram acusados de estupro. Além disso, seis deputados respondem pelas mesmas acusações. Como crer, então, na classe política?

Ainda é cedo para saber se o governo realmente concretizará suas promessas de leis mais duras e julgamentos mais ágeis em casos de estrupo. Os protestos em Nova Déli, no entanto, parecem trazer alguma esperança de que algo poderá mudar, para o bem das mulheres indianas.


http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2012/12/30/por-que-a-india-trata-tao-mal-suas-mulheres.htm

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Protesto contra estupro de jovem transforma Nova Déli em cenário de guerra



Do UOL, em São Paulo



Protestos neste domingo (23) contra o estupro de uma jovem indiana por seis homens transformaram o centro da capital, Nova Déli, em uma praça de guerra.

Indianos protestam contra estupro coletivo em Nova Déli

Foto 24 de 27 - 23.dez.2012 - Manifestantes indianos queimam postes de madeira que foram derrubados de barricadas durante um protesto pedindo mais segurança para as mulheres após o estupro de uma estudante na semana passada, em Nova Déli, na Índia Tengku Bahar/AFP
Os manifestantes pedem mais segurança para as mulheres e pena de morte para os acusados do crime, ocorrido dentro de um ônibus na semana passada.
O terceiro dia de manifestação no Central Vista Park, principal eixo leste-oeste da cidade, ao longo do qual ficam diversos edifícios do governo, começou pacífica, mas acabou em tumulto depois que a polícia tentou dispersar a multidão usando gás lacrimogêneo e canhões de água.

PROTESTO CONTRA ESTUPRO TERMINA EM CONFRONTO NA ÍNDIA

Cerca de cem pessoas ficaram feridas, incluindo integrantes da imprensa. Em seu relatório, a polícia atribui a violência a grupos interessados em instigar tumulto. Alguns manifestantes lançaram pedras e tentaram romper as barricadas policiais.
Os incidentes de hoje e de ontem, quando cerca de dez pessoas já haviam ficado feridas em confronto com a polícia, são o último episódio da mobilização popular que acontece no país em solidariedade à jovem espancada após o ataque sexual.
No último domingo (16), uma jovem que voltava para casa depois de ir ao cinema foi atacada dentro de um ônibus por seis homens. De acordo com a versão oficial, a mulher, de 23 anos, depois de estuprada foi jogada no asfalto com o veículo em andamento. A vítima está hospitalizada com ferimentos graves, principalmente na vagina e no fígado.
A vítima permanece internada em estado grave e, neste domingo, voltou novamente a respirar com a ajuda de ventilação mecânica.
http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2012/12/23/centro-de-nova-deli-tem-protesto-violento-contra-estupro-de-jovem-indiana.htm

domingo, 23 de dezembro de 2012

Jovem estuprada dentro de ônibus na Índia diz que quer viver


Mulher de 23 anos foi violentada por pelo menos sete pessoas e perdeu o intestino

Publicado em 22/12/2012 às 20h14: atualizado em: 22/12/2012 às 20h46
Do R7, com agências internacionais
DIPTENDU DUTTA / AFPPopulação está indignada e exige uma ação das autoridades indianas contra a onda de estupros
A jovem estudante de medicina de 23 anos que foi estuprada, no dia 16 de dezembro, por pelo menos sete pessoas em Nova Déli, na Índia, declarou recentemente para a família, que motivada pelos protestos contra a onda de estupros no país, deseja continuar vivendo.
A indiana perguntou ainda na ocasião se os autores do crime foram presos. Como ela está em estado grave na UTI, toda a comunicação foi feita por um bloco de notas.
A mulher ficou com ferimentos graves na vagina e teve o intestino removido. Ela foi estuprada por uma hora, antes de ser jogada para fora do veículo, enquanto ele estava em movimento. Os médicos ainda não sabem dizer se ela conseguirá sobreviver ao ato de violência.
Um dos familiares da vítima teve acesso ao boletim médico, segundo ele o documento diz que a jovem foi estuprada pelo menos duas vezes por cada um dos violadores. Lâminas foram utilizadas para cortar as roupas e por isso, ela sofreu diversos cortes. Além disso, seus objetos de valor e os do amigo que a acompanhava foram roubados.
A estudante embarcou em um ônibus na noite de domingo (16) e foi atacada e estuprada por pelo menos sete homens, segundo a polícia. Seis suspeitos foram presos pelas autoridades no mesmo dia.
Alguns relatos informaram que entre os atacantes estavam o motorista e o trocador do ônibus.
O amigo da vítima foi espancado com barras de ferro antes de os homens se revezarem para estuprá-la, informaram policiais. Devido aos ferimentos, as autoridades acreditam que as mesmas barras foram também utilizadas durante a violação sexual contra a estudante.
O casal foi então jogado para fora do ônibus em movimento, deixando a mulher gravemente ferida.
"Quando eles entraram no ônibus, havia alguns outros homens no veículo", informou a chefe de polícia local, Chhaya Sharma, à imprensa.
Sharma informou que a mulher estava internada no setor de terapia intensiva do hospital da cidade.
O ataque provocou novos apelos por uma maior segurança para as mulheres em Nova Déli, que registrou 568 estupros em 2011, em comparação com os 218 da capital financeira indiana de Mumbai no mesmo ano.
"Este é um incidente chocante. Espero que os culpados sejam punidos por este crime hediondo", afirmou Kiran Walia, ministra de mulheres e desenvolvimento infantil do governo do estado de Déli.
O chefe dos ministros da cidade, Sheila Dikshit, prometeu precauções para evitar tais ataques no futuro, mas não forneceu mais detalhes.
O metrô de Nova Déli reservou um carro em cada trem para as mulheres, enquanto várias delegacias de polícia na universidade e em outras áreas da cidade possuem exclusivamente funcionários do sexo feminino para tentar conter o aumento da criminalidade contra mulheres.
http://noticias.r7.com/internacional/jovem-estuprada-dentro-de-onibus-na-India-diz-que-quer-viver-22122012 


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Homem de 35 anos é preso por abuso


Últimas Notícias

terça-feira, 11 de setembro de 2012
Um homem de 35 anos foi preso em flagrante pelo crime de estupro de vulnerável na tarde de sábado, dia 8, na cidade de Palmares Paulista.

Segundo as informações da Polícia Militar do município, por volta das 17 horas do sábado, compareceu na base da polícia militar um adolescente de 13 anos, acompanhado de sua mãe.

Durante a apresentação da ocorrência, a vítima informou que o suspeito, que é vizinho, morador da mesma rua, o convidou para ir até a residência para ajudá-lo no conserto de um telhado.

Enquanto ambos estavam em cima do telhado, o adolescente afirmou que o indivíduo o questionou sobre a sua sexualidade, em seguida o menor desceu e foi abordado em um corredor do imóvel.

Posteriormente, segundo o registro da ocorrência, o adolescente foi levado até o quarto do suspeito, onde aconteceu o abuso.

Ao chegar em sua residência, o menino, bastante abalado, começou a chorar e contou para a mãe o que havia acontecido.

Os policiais realizaram patrulhamento e abordaram o suspeito no interior de seu veículo em um cruzamento da área central da cidade.

Na delegacia, após a confirmação do abuso sexual, através de laudo do Instituto Médico Legal de Catanduva, o indivíduo, que negou os fatos, foi preso em flagrante pelo crime de estupro de vulnerável e encaminhado para a cadeia pública de Catanduva, onde ficará à disposição da justiça
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