25/07/2012  
1360166 52196723 widiwidi1 300x182 Filmes com cenas eróticas afetam negativamente o comportamento sexual
Diversos estudos já mostraram que os filmes – mais do que programas de TV ou músicas – influenciam o comportamento dos jovens. Mas como? Este foi o foco de um novo estudo, que buscou identificar a influência da exposição de cenas de sexo de Hollywoody no comportamento sexual dos adolescentes.
E os resultados, publicados no periódico Psychologial Science, mostraram que os jovens que assistem filmes com cenas de sexo (explícitas, ou mesmo implícitas) são mais prováveis em manter comportamento sexual de risco. Segundo a pesquisa, provavelmente isto ocorra porque a maioria dos filmes recentes não retratam o sexo seguro, com pouca menção do uso de camisinhas, por exemplo.
Os autores basearam o estudo em 700 filmes populares. Mais de 1,2 mil adolescentes com idades entre 12 e 14 anos tiveram que apontar quais filmes tinham assistido de uma lista aleatória de 50 títulos. Seis anos depois, esses mesmos jovens foram novamente entrevistados, desta vez sobre seu comportamento sexual, isto é, quantos parceiros tiveram, quão arriscado tem sido seu comportamento e com qual frequência usam camisinha.
“Os adolescentes mais expostos ao conteúdo sexual em filmes começam a ter relações sexuais cada vez mais cedo, têm mais parceiros sexuais, e são menos propensos a usar preservativos com parceiros sexuais ocasionais”, diz Ross O’Hara, líder do estudo.
Em outro resultado, fruto de uma pesquisa sobre filmes feitos entre 1998 e 2004 e que contivessem cenas de sexo, O’Hara e sua equipe descobriu que mais de um terço dos filmes apropriados para todo tipo de audiência continham algum tipo de teor sexual, e que muitos filmes populares continham ou cenas de sexo ou de beijos mais “quentes”. A maioria não retrata o sexo seguro e faz pouca ou nenhuma menção ao uso de camisinhas.
Segundo O’Hara, o que poderia explicar estes resultados, é que, principalmente na faixa de idade que vai dos 10 aos 12 anos, os jovens buscam novas “sensações”, “que tem profundas implicações para todos os seus comportamentos de risco”, completa.
Mas esta busca por sensações não explica totalmente este efeito entre o que se assiste e o que se faz; os pesquisadores também especulam que os jovens busquem nos filmes um “guia” sobre sexo – como se comportar, o que fazer. Para 57% dos adolescentes americanos entre as idades de 14 e 16, a mídia é a sua maior fonte de informação sexual. “Eles muitas vezes não fazem qualquer distinção entre o que vêem na tela e que eles têm de enfrentar na vida diária”, sublinha o autor.
Ele destaca também que é importante lembrar que esta pesquisa não é definitiva. No entanto, “este estudo, e sua confluência com outro trabalho, sugere fortemente que os pais precisam restringir que os filhos vejam conteúdo sexual em filmes em idades jovens”, conclui.
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por Marina Teles