sábado, 4 de fevereiro de 2012

“Tesômetro” criado por cientistas tenta explicar por que as mulheres perdem o interesse no sexo mais rápido que os homens


02/02/2012 | 15:00 | LUCIANA VICÁRIA



Os homens mantêm o desejo sexual nas alturas mesmo em relacionamentos duradouros. Já as mulheres vão perdendo o tesão mês a mês. Essa é a conclusão de uma pesquisa publicada esta semana no Journal of Sex & Marital Therapy. Para chegar a esta polêmica afirmação os pesquisadores americanos Sarah Murray e Robin Milhausen criaram um modelo chamado índice de função sexual, uma espécie de tesômetro, e acompanharam casais ao longo de sua vida conjugal.
Boa parte das mulheres relataram perda de desejo ao longo do tempo. Os homens não. Embora controverso, o estudo dá uma explicação evolucionária para a constatação: os homens precisariam manter o desejo sexual em alta para perpetuar a espécie, enquanto as mulheres teriam tarefas mais importantes com o passar dos anos, como se dedicar à prole. Uma rápida passada pelos últimos estudos sobre desejo sexual humano mostra que existem mais dúvidas do que certezas nesse campo. O que se sabe até agora é que os hormônios estão longe de explicar um comportamento permeado por ingredientes sociais. O único consenso é que a diferença entre os níveis de desejo de um casal prejudica o relacionamento e pode levar à infidelidade e a rompimentos, inclusive entre aqueles que dizem se amar.
O que fazer diante da incompatibilidade, uma situação mais rotineira do que se pode imaginar? Segundo os terapeutas, há uma série de maneiras de levantar o ânimo sexual de quem está, digamos, um pouco abatido: investir em uma viagem a dois, inovar nas carícias e, especialmente, conversar a respeito. “Até entre os casais que vivem juntos há muito tempo, o diálogo sobre sexo está longe de ser um hábito”, diz Sarah Murray, uma das autoras do estudo, da Universidade de Guelph, no Canadá. “Desconfio que os homens também perdem um pouco de desejo com o tempo, mas não têm coragem de assumir isso, nem para mim, nem para si mesmo”, diz a pesquisadora. Acho que ela tem razão.

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