quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Como agir quando uma relação longa não te faz mais feliz?

20/10/2011 - 07h00

KATIA DEUTNER
Colaboração para o UOL
   

Avalie se o seu relacionamento precisa ser revisto ou se é hora de colocar um fim

Avalie se o seu relacionamento precisa ser revisto ou se é hora de colocar um fim

Já são muitos anos de união e você percebe que as discussões passaram a ser mais constantes, que vocês não saem mais e nem se divertem juntos. É quando você se dá conta de que essa relação, que parecia estável e segura, não lhe faz mais feliz. O que fazer? Primeiramente, ter calma. Decisões definitivas requerem um tempo de amadurecimento e paciência.

Dizer que é preciso conversar é um lugar-comum e que não resolve se o casal não souber fazer isso. "É por essa razão que os casais precisam desenvolver o diálogo. Para haver comunicação eficaz, é necessário que cada um compreenda o que busca no relacionamento e como são as emoções que se associam a essas necessidades", diz o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr., do Instituto Paulista de Sexualidade.

Expressar sentimentos é o primeiro passo para chegar a um acordo. "É preciso entender o que cada um sente. Está no rosto, no corpo, nas palavras. A compreensão não é um sinal de ataque –e as partes não podem se sentir atacadas", diz o psicólogo. Conversar honestamente faz com que os pontos ruins e bons venham à tona e sejam esclarecidos. "Tem de deixar claro o que está acontecendo, mostrar como as coisas chegaram a este ponto, pois nenhuma relação longa chega a um nível de insatisfação de repente", afirma a psicóloga e psicanalista Blenda de Oliveira, da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.

Esperar que o parceiro seja sempre o mesmo também pode ser um erro. As pessoas mudam com o tempo. "Passam a ter necessidades distintas que nem sempre o parceiro, por estar acomodado em uma situação conjugal, percebe as mudanças ou as diferentes demandas do outro", explica a psicanalista. Se você não está feliz na relação, talvez tome uma das atitudes a seguir: lutar para permanecer junto, afinal há amor, ou partir para outra história. Seja qual for a sua decisão, esteja consciente de que ela mudará sua vida. Abaixo, especialistas mostram pontos importantes para quem quer recuperar ou terminar a relação. Veja, também, dicas para ter relações saudáveis e faça o teste: seu relacionamento tem potencial para ser duradouro? 

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Se, apesar do desgaste, vocês ainda se amam, lute para que a relação volte a dar certo –mas tenha certeza de que ambos querem o mesmo. "Casais precisam desenvolver uma comunicação afetiva especial, que considere o controle das emoções enquanto debatem, pensando no futuro. Assim, o mal-estar da discussão não interfere no replanejamento que necessitam", diz o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr.
Amor, companheirismo e respeito serão os alicerces para a retomada do relacionamento. Após um período de crise, a relação pode se tornar mais forte e satisfatória. O compromisso é reavaliado e o casal reconstrói um novo enlace afetivo, com bases até melhores.
"O princípio é o velho ‘quem ama, cuida’, de si mesmo e daquele que foi escolhido para estar ao seu lado. Retomar a relação é um ato de muita coragem para os parceiros, por isso, é necessário que haja uma grande amizade, acompanhada da maturidade e generosidade de ambos", explica a psicóloga Blenda de Oliveira.

Medo, condições financeiras, dívidas de gratidão ou filhos não podem motivar a decisão de um casal ficar junto. “Um casamento realmente satisfatório não foge das tempestades, enfrenta e resolve da maneira que for melhor para a vida de cada um. O importante é lembrar que sempre temos escolha”, diz Blenda.

Para ficar junto, ambos devem ter disposição para quebrar antigos paradigmas, que não servem mais. Deixem claro o que cada um quer e pode, sem viver na ilusão de que “agora ficará tudo bem”. Outras crises surgirão com o tempo, mas vocês já estarão mais maduros para lidar com cada uma.
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Se depois de pensar muito você perceber que não há mais chance para a relação, que é preciso seguir um caminho diferente, reconheça isso e não espere que o outro aja para solucionar o problema. "Pensar em como mudar será o caminho para a transformação do casal", explica o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr.
O processo de separação em relações longas nem sempre é rápido. Há muitas coisas envolvidas, como família, projetos, patrimônio e até a posição social, que tem grande importância para alguns. O basta pode ser repentino, mas as insatisfações são anteriores à decisão. Com a certeza do fim, é hora de pensar em tudo que gira em torno da união. "Relações longas têm histórias longas, projetos construídos e, muitas vezes, filhos criados que não aceitam o término de um casamento que parecia indestrutível", explica a psicóloga Blenda de Oliveira.
A separação significa, para ambos, reorganizar a vida. O medo surgirá como um alerta normal do subconsciente. "O sentimento atrapalha, mas buscar compreender o que você pensa sobre si mesmo, sobre o casal e como deve ser o futuro de ambos é essencial para iniciar um caminho", diz Oswaldo Rodrigues Jr.
Enfrentar a mudança, algumas perdas e uma expectativa de futuro de incertezas não é fácil. Fortaleça-se emocionalmente (talvez com a ajuda de especialistas), para ter uma perspectiva de vida mais positiva e longe do medo. "Anunciar a separação e tomar as providências práticas (como definições jurídicas, mudança de casa, retirada de objetos) é sempre uma despedida sofrida e, em alguns casos, em meio a ressentimentos. É um luto que cada um, ao seu modo, terá de superar", diz Blenda.
Independentemente da decisão que tomar, algumas atitudes são fundamentais para fortalecer as relações:

1. Cuidado com opiniões alheias. Compartilhar angústias e discussões do casal com parentes ou amigos pode ser um mau negócio. Nem sempre as pessoas são imparciais. Depois, você pode superar a mágoa, mas quem tomou seu partido, não.
2. Busque conselhos de pessoas neutras. Um terapeuta é a melhor saída. O profissional ajudará a esclarecer pontos e não terá uma visão parcial ou tendenciosa sobre os seus problemas.
3. Se surgir insatisfação, converse. Os sinais de que um casamento não vai bem, muitas vezes, são claros, mas nem sempre o casal percebe ou quer enxergar. Acumular ressentimentos só prejudicam ainda mais a união.
4. Evite envolver-se em outro relacionamento antes de terminar o atual. Sentimentos de rejeição, de humilhação e engano, que vêm junto com a traição, torna o rompimento ainda mais sofrido -e com menos chances de um reenlace.
5. Fique um tempo só. Engatar relacionamentos sobrecarrega o atual casal, que passa a ter a expectativas altas demais. Se você perceber que não deveria ter se separado e já tem outro alguém, ficará mais difícil voltar atrás.
6. Descubra se a insatisfação é relacionada ao outro ou se está dentro de você. Muitas vezes, sua infelicidade diz respeito às suas questões emocionais e seu par não poderá resolvê-las. O vazio e o desejo de mudança estão dentro de cada um. Portanto, descubra as causas para poder solucione os problemas.

http://estilo.uol.com.br/comportamento/ultimas-noticias/2011/10/20/como-agir-quando-uma-relacao-longa-nao-te-faz-mais-feliz.htm

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