quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A cama na varanda: Amor não correspondido



Por Regina Navarro Lins
Rio - Nos últimos sete meses eu lhe deixei dúzias de poemas e cartas de amor com a esperança de que você venha a se interessar por mim. Jodie, eu abandonaria a ideia de matar Reagan se ao menos pudesse conquistar seu coração e viver o resto de minha vida com você. O motivo que me faz levar adiante essa tentativa agora é porque não posso esperar mais para impressionar você. Ao sacrificar minha liberdade e talvez minha vida, espero que você mude de ideia a meu respeito. Jodie, estou lhe pedindo para pelo menos me dar uma chance, com esse feito histórico, de ganhar seu respeito e amor.” Esta é a carta que, em 1981, John W.Hinckley escreveu para a atriz Jodie Foster declarando o seu amor a ela, pouco antes de tentar assassinar o presidente americano Ronald Reagan. Casos extremos como o de Hinckley são raros. Mas a experiência do amor não correspondido é muito comum.

Na nossa cultura, submetidas ao mito do amor romântico, e à crença de que só é possível ser feliz tendo alguém ao lado, as pessoas procuram desesperadamente um par amoroso. Há mulheres  que estão sempre prontas a se enganar, a fazer mal a si próprias, a sofrer abusos e afrontas, até o desespero. Um bom exemplo é a história de Lady Di. Pouco antes de seu casamento, Diana desconfiou que Camila Parker-Bowles tinha um caso com seu futuro marido e o confrontou. “Recuso-me a ser o único príncipe de Gales que não tem uma amante”, foi a resposta dele. Desse dia em diante Lady Di perdeu a paz. Tentou o suicídio jogando-se do alto de uma escada, mas Charles chamou os criados e saiu para montar. A infelicidade tornou-se uma constante. Em uma de suas únicas entrevistas, pouco antes da separação, ela declarou: “Eram três pessoas no meu casamento desde o primeiro dia, alguém estava sempre sobrando.”

O psicólogo David Buss relata uma pesquisa que concluiu que 95% dos homens e mulheres indicaram que, por volta dos 25 anos, haviam experimentado amor não correspondido pelo menos uma vez, como um possível amante cujas paixões foram rejeitadas ou como o objeto dos desejos não aceitos de alguém. Só uma pessoa em 20 nunca experimentou amor não correspondido de nenhuma espécie. Portanto, penso que a saída é cada um desenvolver a capacidade de ficar bem sozinho, até para ter tranquilidade de escolher relações amorosas onde haja reciprocidade.

http://odia.terra.com.br/portal/cienciaesaude/html/2011/8/a_cama_na_varanda_amor_nao_correspondido_188018.html

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