terça-feira, 19 de abril de 2011

Sexo tem hora?

Sexo tem hora?
A difícil arte de conciliar ponteiros quando o desejo precisa entrar em cena

Por Juliana krapp
06/02/2009

Manhã, tarde ou noite? Existe um horário ideal para o sexo? E como os casais conciliam ponteiros descompassados do relógio biológico de suas rotinas? Haveria uma hora em que o desejo se apresenta mais forte tanto para homens quanto para mulheres? São perguntas que até o meio científico considera difíceis de responder.

"Para a maioria das pessoas, hora de sexo é à noite, quando já se encerraram as obrigações do dia e as crianças estão dormindo", afirma a sexóloga Regina Moura, professora de psiquiatria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O que ela considera uma pena, pois, do ponto de vista fisiológico, a manhã seria o horário mais apropriado para a atividade sexual. "À noite, o cansaço e o estresse acabam por influenciar no desempenho da relação. Pela manhã, o corpo e a mente estão descansados, prontos para esse tipo de exercício", justifica.

Já o cronobiólogo Luiz Menna-Barreto, integrante do Grupo Multidisciplinar de Desenvolvimento em Ritmos Biológicos da Universidade de São Paulo (USP), diz que não existe um "melhor horário" para o sexo.

O estudioso do relógio biológico humano considera inadequado avaliar a questão a partir de um só fator. "É insensatez reduzir o comportamento sexual humano a níveis mais elevados de certos hormônios. Qualquer levantamento superficial sobre as preferências sexuais de uma pessoa revela muito pouco", afirma.

Se não existe um "melhor horário", é certo que existem horas desencontradas. Sobretudo nos dias atuais, em que os casais se veem às voltas com rotinas massacrantes de trabalho e agendas lotadas.

Além disso, não há como ignorar certos fatores fisiológicos, como a variação de hormônios. A endocrinologista Ruth Clapauch explica que a testosterona – hormônio básico para a libido, tanto no homem quanto na mulher – atinge seu pico diário nas primeiras horas da madrugada. "O que não é sinônimo de excitação", esclarece. "A testosterona é um quesito indispensável para a excitação, mas não é apenas a sua presença que vai deixar alguém excitado", afirma.

"Em geral, o homem responde automaticamente a estímulos, especialmente os visuais. Já para a mulher, a libido depende menos de hormônios e mais do contexto da relação com o parceiro. Além dos ritmos dos hormônios sexuais é preciso levar em conta também o ritmo individual, pois há pessoas com mais ânimo (para tudo) pela manhã, e outras, à noite", acrescenta Clapauch.

No célebre livro "Simplifique sua vida", os alemães Werner Tiki Kustenmacher e Lothar J. Seiwert incentivam o sexo com hora marcada. "A expectativa é um dos melhores afrodisíacos", eles defendem. Mais que isso, as pessoas deveriam planejar os "momentos doces" da mesma forma que planejam qualquer outro compromisso. Muitos casais, de fato, parecem não estar longe disso.
http://www.maisde50.com.br/editoria_conteudo2.asp?conteudo_id=7038

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