quarta-feira, 20 de abril de 2011

Problemas de ereção: um problema do casal, não apenas do homem

12/4/2011 - 09:44

SEXUALIDADE

Problemas de ereção: um problema do casal, não apenas do homem

Por que ocorre problema de ereção ou disfunção erétil (DE)?

A ereção é uma resposta fisiológica do pênis como qualquer outra resposta de qualquer outro órgão. O problema surge quando o próprio órgão é afetado, quando há impedimento da transmissão pelo sistema nervoso ou pela falta de manutenção do gradiente de pressão do sangue no interior dos corpos cavernosos do pênis. Outros componentes que podem trazer problemas para a ereção estão relacionados à deficiência hormonal e a transtornos da afetividade e do humor.

O estresse pode influenciar no desempenho sexual?
Sim, o estresse pode agir contra o bom desempenho sexual. Tanto o estresse agudo como o estresse crônico impedem o bom desempenho sexual.

Influências ou fatores psicológicos podem ser considerados mais prevalentes sobre os problemas de ereção?
Fatores ou influências psicológicas afetam mais a população de homens jovens, entre 25 e 45 anos de idade. Embora tais influências possam coexistir com outros fatores físicos ou orgânicos, decorrentes de doenças como o diabetes, a hipertensão arterial, deficiência hormonal, doença de Peyronie, etc.

Existe tratamento para a disfunção erétil? Há algum remédio para ajudar? Existe cura?
Existe tratamento seguido de cura, como também existe tratamento contínuo, porém sem cura. Depende da causa da disfunção erétil. Quando a causa é decorrente do transtorno da afetividade ou por ansiedade, estresse e depressão, o tratamento é seguido de cura na maioria das vezes. A psicoterapia constitui um excelente recurso para reverter a situação. Porém, quando a causa for orgânica ou física, o tratamento não proporciona a cura, mas é capaz de devolver a capacidade erétil e o retorno à vida sexual plena. Neste sentido, os medicamentos orais, injetáveis e as próteses penianas restabelecem a atividade sexual dos pacientes. As próteses penianas representam o único recurso capaz de restabelecer o pênis para o intercurso sexual definitivamente devido a doenças orgânicas.

Os homens têm algum tipo de preconceito em buscar ajuda ou se tratar?
Sim, os homens sempre resistem muito para procurar ajuda com o urologista. No início do aparecimento da disfunção erétil procuram pela farmácia ou por receitas naturais sem orientação médica. Os meios de comunicação nos últimos tempos têm encorajado os homens a procurar por ajuda médica mais cedo.

É necessário abrir o assunto para a parceira? Em que isso pode ajudar?
Eu costumo dizer que a disfunção erétil é um problema do casal, e não apenas do homem. Por isso, sempre costumo abordar o problema com o casal. Muitas revelações de ordem comportamental surgem durante as entrevistas dos casais que passam por esse problema. Após uma entrevista com a parceira individualmente, ocorrem muitos ganhos na relação do casal que não seriam possíveis se a abordagem fosse restrita apenas ao homem.

Durante o tratamento podem ocorrer relações sexuais?
É natural que durante o tratamento possam ocorrer relações sexuais. Porém nos orientamos para que o nível de exigência seja pela qualidade, e não pela quantidade das relações. Com a quebra desse paradigma típico de uma cultura machista, ocorre uma melhora em todos os aspectos da sexualidade.

Uma vez tratado, o problema pode voltar? E se não tratado, o que pode acontecer?
Como qualquer problema de saúde, é preciso que fique bem claro que o tratamento é um meio, e não um fim. Após o esclarecimento dos problemas são elucidadas as causas para o casal e as propostas de tratamento são oferecidas. O resto deve vir por conta do paciente e do casal. As falhas de tratamento em geral são devidas à intolerância aos medicamentos, ou a transtornos psicológicos ou mesmo de resistência aos tratamentos que merecem a intervenção de psicoterapia. Em casos extremos, a separação ocorre como consequência de casos insolúveis com os recursos disponíveis e nesses casos a origem central do problema é a incompatibilidade afetivo-sexual do casal.


Fonte: Dr. Antônio Barbosa de Oliveira Filho/Uol
http://www.expressomt.com.br/noticia.asp?cod=131757&codDep=8

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