quinta-feira, 10 de março de 2011

Casais grudentos

Casais grudentos
March 8th, 2011
Casais grudentos

Os relacionamentos conjugais existem em diversas formas que permitem que se estenda por muitas décadas.

Alguns casais são tormentosos, discutem e brigam constantemente, mas tem a base do relacionamento nesta forma do que parece ser mal estar para os outros.

Outros casais baseiam-se em manutenção do contato físico e atividades conjuntas. A isto sempre se denominou companheirismo. Alguns casais assim sempre podem dar-se muito bem, mas em outros poderá ocorrer mal estar num dos cônjuges que necessite momentos solitários e atividades individuais. Nestes casos o casal será prejudicado caso não recontrate como estabelecer um formato de relacionamento que satisfaça as necessidades de ambos.

Mas muitos casais que parecem viver grudados podem dar-se muito bem e estar satisfeitos com este modelo.

Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de Iowa, o companheirismo excessivo é mais nocivo do que os parceiros indiferentes.

Existe, sempre, uma pequena percentagem de casais que viverá compartilhando o cotidiano de modo satisfatório para os dois cônjuges. Podem trabalhar juntos e fazer a maior parte das atividades em conjunto.

Os casais que estão satisfeitos não aparecerão, pois não reclamam, não são visíveis fora do normal, não serão considerados um problema aos conhecidos e vizinhos. Por isso os casais brigões aparecem mais, mesmo que sejam, talvez, uma proporção semelhante.

Este grupo pode aumentar, mas não há indícios de que seja algum aumento importante estatisticamente.

Ter um companheiro grudento pode trazer benefícios: Confiança plena e constante para ambos! A divisão de atividades de modo complementar será outro benefício, com aumento de comunicação efetiva e constante. Aprendem a comunicar-se de modo eficaz e constante, aumentando a confiança entre o casal.

Sempre o relacionamento grudento pode produzir casais simbióticos, mutuamente dependentes num grau que quando o outro deixa de existir, ambos individualmente também passam a não existir junto com o casal.

Em verdade podemos observar algo semelhante em todos os casais mais idosos que conviveram por muitas décadas. A afinidade intensa deste companheirismo e como cada um confia no que o outro fará a cada dia e em cada momento do dia traz segurança especial. Quando um dos dois falece, em pouco tempo vemos o outro falecer, tendo desistido da vida sem companheiro. Este seria um malefício: perder a capacidade de viver individualmente e sem companhia específica.

Homem grudento ou a mulher grudenta: os dois podem ser muito ruins caso a outra pessoa não seja compatível com este grude. Somente pessoas que saibam administrar este tipo de relacionamento é que poderão tirar proveitos deste grude. São pessoas que agradam-se de ter alguém por perto sempre, e que conseguem produzir momentos de individualidade pessoal, quando também a chamada pessoa grudenta também terá seu momento individual.

E a individualidade?

Todas as pessoas precisam de momentos de individualidade. Alguns homens jogam futebol uma vez por semana, ou jogam tênis, ou pôquer, ou colecionam moedas ou selos. Alguns deleitam-se em ler, isolados, outros fazendo remendos na casa, lidando com madeira numa marcenaria caseira… Mulheres querem passar algumas horas no cabeleireiro, fazer as unhas, andar no shopping dizendo que fazem compras…

Cada pessoa descobre e desenvolve atividades que permitem com que se identifiquem como indivíduos diferenciados. Cada casal precisa desenvolver suas formas compatíveis de atividades que garantam a individualidade.

Mudanças Sociais

A parcela de mulheres que desenvolveram nas poucas últimas décadas características que as permitem enfrentar o mercado de trabalho e participar da administração dos locais de trabalho, terão dificuldades de aceitar positivamente este homem se ele, de fato, ficar o tempo todo ao seu redor. Mas algumas os assimilarão complementarmente da mesma forma que o inverso era muito mais comum há época de nossos avós.

Então nos cabe perguntar a estas mulheres, diferenciadas de suas mães e avós, que tipo de homem elas preferirão e com os quais se sentirão mais adequadas.

As mulheres que tem um compromisso como relacionamento, com o casamento, farão muito bom uso de homens que sejam mais grudentos!

Estas mulheres que não tem projetos de relacionamentos paralelos em suas vidas se encaixarão de modo muito fácil e tranquilo com homens que serão sentidos como confiáveis, excelentes companheiros.

Como precisa ser desenvolvido o convívio com grudentos

O contrato do casamento pode ter sido entendido que compreendia a aceitação desta característica… assim será um árduo trabalho recontratar o casamento, produzir nova forma garantia de relacionamento que exclua este comportamento grudento. Nem sempre isso será possível, pois haverá o sentimento de ter sido enganado, traído, pois o acordo tácito que o casal efetuou para desenvolver o relacionamento era a base deste casamento…

Haveria de ser um processo de certa maneira longo através do qual ambos precisariam compreender como desenvolver novo mecanismo de convivência que permitisse que os dois indivíduos envolvidos possam satisfazer as necessidades individuais.

Cada indivíduo precisará reconhecer em si mesmo as necessidades pessoais para poder expor ao outro. Isto implica em melhorar comunicação verbal e desenvolver expressividade emocional assertiva, o que nem sempre os casais aprenderam ou pretendem desenvolver. Apenas assim não se magoa o outro quando a intenção é de melhorar o casal.

Podem existir casais grudentos e grudados de modo a produzir felicidade a ambos cônjuges.

O mais importante é aprender a comunicar-se consigo mesmo e com o outro, pois assim pode-se administrar diferenças e possíveis mudanças necessárias durante a vida.

Fonte: Psic. Oswaldo M. Rodrigues Jr : Psicólogo (CRP06/20610), psicoterapeuta sexual e de casais do Instituto Paulista de Sexualidade – www.inpasex.com.br; autor de vários livros sobre sexualidade, incluindo “Amor e Sexualidade” (Iglu ed., 2007), “Problemas sexuais” (Biblioteca 24×7, 2008);
http://semeandooconhecimento.net/casais-grudentos/

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